
As vendas cresceram 0,8% na comparação com o mesmo mês do ano passado
A produção de veículos no Brasil teve queda de 3,6% em julho na comparação com julho de 2024, totalizando 237.835 unidades, entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus. No acumulado do ano até julho, houve 1,47 milhão de veículos fabricados, 6,1% acima do volume registrado no mesmo período de 2024. Os dados foram divulgado na quinta-feira (7) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
As vendas do mês passado somaram 243,2 mil veículos, permanecendo praticamente estáveis, com crescimento de apenas 0,8%, na comparação com o mesmo mês julho do ano passado. De junho para julho, as vendas cresceram 14,2%, com alguma influência do programa do governo federal que reduziu o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Com isso, o crescimento no acumulado do ano é de 4,1%, com 1,4 milhão de veículos vendidos no primeiro semestre.
As vendas de veículos, como de todos os bens de consumo duráveis, convivem como uma trava que são as taxas de juros cobradas pelos bancos nos financiamentos para esses bens. No mês de junho passado, a taxa média de financiamento de veículo, conforme o Banco Central (BC), foi de 27% ao ano. Significa que em um financiamento com prazo de 60 meses, bastante comum nas compras de veículos, antes do seu término o comprador do bem já terá pago dois veículos. Tipo leve um e pague dois.
O subsídio do governo com a redução do IPI ao gigante setor automobilístico, onerando o Tesouro Nacional em detrimento de outros setores mais necessitados da economia, nem precisaria ser obtido, se o sistema financeiro não se comportassem como agiotas praticando taxas de juros extorsivas.
As exportações tiveram um desempenho favorável em julho, somando 47,9 mil veículos, uma alta de 22,4% em relação a julho de 2024, ainda que registrem uma queda de 5,8% em relação ao mês de junho. No acumulado do ano foram exportados 312,1 veículos, um crescimento significativo de 52,7% em relação aos sete primeiros meses de 2024. A Argentina é o principal destino das vendas de veículos ao exterior, concentrando 60% do seu volume.
As importações de veículos no primeiro semestre de 2025 somaram 238.953 unidades, alta de 15,6% sobre igual período de 2024.
A Anfavea revisou suas projeções para 2025. No mercado interno com uma redução de 6,3% para 5%, com vendas totalizando 2,76 milhões de unidades. O ajuste nas previsões são consequência da desaceleração no segmento de caminhões, com especial dificuldade devido ao aumento das taxas de juros, especialmente sobre os modelos pesados.
Ao contrário, nas exportações o ajuste é de um aumento de 7,5% para 38,4% ou 551 mil unidades enviadas para exterior, especialmente para o parceiro argentino.