
Principal parte industrial do país, São Paulo recuou 1,7% em relação a março e 5,3% na comparação com abril do ano passado. Na origem da queda disseminada está a elevação das taxas de juros no país, aponta o IEDI
Os dados regionais da produção industrial, divulgados nesta quarta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram um resultado nada animador para o setor produtivo em abril – com parques importantes do Sudeste liderando as perdas que atingiram 9 dos 15 locais pesquisados na comparação com março.
A indústria paulista, a maior do país, registrou queda de 1,7% na passagem de março para abril – resultado bem pior do que a média nacional, cuja variação foi de 0,1% no mês.
Quando comparada a produção de abril de 2025 com o mesmo período do ano passado, a indústria de São Paulo teve tombo de 5,3% – também bem mais intensa que o resultado nacional de retração de -0,3%. O recuo de São Paulo foi condicionado pela produção do setor farmacêutico e farmoquímicos, extrativo, papel e celulose e de alimentos.
O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI) registra que 60% do parque industrial do país não conseguiu avançar nada entre março e abril. Segundo o instituto, este é o sintoma da elevada taxa de juros. “Se compararmos a situação atual da indústria com um ano atrás, 61% dos parques regionais ficaram no negativo em abr/25 e um pouco mais da metade deles, isto é, 55% se considerado o acumulado dos quatro primeiros meses de 2025”.
“São indicativos do esmorecimento do ímpeto industrial que vimos em 2024 e na origem disso está a elevação das taxas de juros no país”, avalia o Iedi, citando também as incertezas com a guerra comercial deflagrada pelo governo Trump (EUA) através do aumento das tarifas.
Além de São Paulo, registraram perdas as indústrias do Ceará (-3,9%), Espírito Santo (-3,5%), Rio de Janeiro (-1,9%), Mato Grosso (-1,4%), Amazonas (-1,3%), Pará (-0,8%), Minas Gerais (-0,3%) e Paraná (-0,1%).
A queda nacional só não foi mais intensa porque houve expansão recorde de 31,3% em Pernambuco, impulsionada pela retomada da produção em unidades que estavam paralisadas desde o início do ano em segmentos de derivados de petróleo, de veículos automotores e o de produtos químicos, “os mais influentes neste resultado para a indústria pernambucana”, segundo o IBGE.
Os demais avanços ocorreram na Região Nordeste (7,2%), Goiás (4,6%), Bahia (0,5%). Rio Grande do Sul (0,1%) e Santa Catarina (0,1%) tiveram variação praticamente nula.