O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira (04) que a produção industrial nacional acumulou uma queda de 2,7% nos quatro primeiros meses deste ano, frente ao mesmo período de 2018.
O quadro dos Indicadores da Produção Industrial por Grandes Categorias Econômicas apontou que todas as categorias foram negativas para os primeiros meses deste ano, em comparação com o mesmo período de 2018.
Bens de Capital: – 3,1%;
Bens Intermediários: -3,1%;
Bens de Consumo: -1,5%;
Duráveis: -2,2%;
Semiduráveis e não Duráveis: -1,3%;
Indústria Geral: -2,7%.
A indústria apresentou resultados negativos em 19 dos 26 ramos do setor, entre eles estão: Impressão e reprodução de gravações (-15,7%); Indústrias extrativas (-11,8%); Outros Equipamentos de Transporte (-11,3%); Equips. de Informática, prods. eletrônicos e ópticos (-11,3%); Manutenção, reparação e instalação de máqs. e equips (- 9,8%); Produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-8,2%); Produtos de madeira (-7,3%); Móveis (-3,6%); Indústria geral (-2,7%); Confecção de artigos do vestuário e acessórios (-2,7%); Produtos alimentícios (-2,4%); Produtos de borracha e de material plástico (-3,2%); Celulose, papel e produtos de papel (-2,3%); Perfumaria, sabões e produtos de limpeza (-2,0%); Produtos têxteis (-2,1%); Máquinas e equipamentos (-1,6%); Máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-1,0%); Couro, artigos de viagem e calçados (-0,7%); Outros produtos químicos (-0,2%); e Metalurgia (-0,8%).
Os dados da produção industrial para outros períodos analisados também são ruins: em abril, a produção industrial brasileira variou 0,3%, na comparação com o mês anterior – o que é frustrante para a indústria, já que a variação positiva é praticamente ZERO e insuficiente para recuperar a perda de -1,4% de março.
“O sobe e desce da indústria se deve a uma indústria que não tem uma recuperação consistente. Ainda temos demanda doméstica longe de ser boa, com muita gente fora do mercado de trabalho, exportações perdendo fôlego, nível de confiança de empresas e famílias também fragilizados. Isso ajuda entender uma produção volátil”, disse o gerente da pesquisa, André Macedo.
Na comparação com abril do ano passado, a produção da indústria caiu 3,9%, registrando o pior resultado para um mês de abril desde 2017, quando a indústria registrou alta de 0,2% ante março e queda de 4,5% ante o mesmo mês do ano anterior.
“Na comparação com igual mês do ano anterior, o setor industrial mostrou queda de 3,9% em abril de 2019, com resultados negativos em três das quatro grandes categorias econômicas, 13 dos 26 ramos, 40 dos 79 grupos e 52,8% dos 805 produtos pesquisados”, afirmou Macedo.
O quadro da indústria – que já não era bom – revelado pelo IBGE nesta terça-feira, demostra o que Bolsonaro e seu ministro da economia tem feito pelo setor. A economia brasileira, que apresentava picos liliputianos frente a fase mais aguda da recessão iniciada em 2014, está entrando em colapso com os desatinos e sandices de Bolsonaro e seus ministros.
“Assim, o setor industrial acumulou perda de 2,7% nos quatro primeiros meses de 2019. O indicador acumulado nos últimos doze meses, ao assinalar recuo de 1,1% em abril de 2019, permaneceu com a trajetória descendente iniciada em julho de 2018 (3,3%). Com esses resultados, o setor industrial ainda se encontra 17,3% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011”, destacou o IBGE.
O resultado do PIB no primeiro trimestre foi -0,2%, quando comparado ao trimestre imediatamente anterior. O resultado de alguns setores da economia, na mesma comparação: Indústria (total): -0,7%; Indústria extrativa: -6,3%; Indústria de transformação: -0,5%; Construção civil: -2%; Agropecuária: -0,5%; Comércio: -0,1%.
Neste cenário, o mercado reduziu a projeção de alta do PIB em 2019 de 1,23% para 1,13%, no início desta semana, segundo a pesquisa Focus do Banco Central. Essa foi a 14ª queda consecutiva do indicador. Para a produção industrial, a 1,49% no ano.
Para o País voltar a crescer, é preciso que se apresente uma política clara, que estimule a economia, que combata o desemprego e eleve os salários. Com a política proposta hoje, de juros altos, ajuste fiscal e arrocho salarial, a população não consome, recrudesce o endividamento, os empresários não investem, as máquinas param nas fábricas, porque seus donos não têm para quem vender.
Mas isto não importa, nem para Bolsonaro e muito menos para Guedes, pois ambos estão mais interessados em ganhar dinheiro para os bancos e outros parasitas, às custas daqueles que realmente trabalham para produzir as riquezas deste país.
ANTONIO ROSA