É difícil sustentar que a falácia de que a crise econômica já foi superada quando a produção industrial da região com o maior e mais desenvolvido parque industrial do país, São Paulo, afunda -1,2% em um mês. Resultado bem pior do que a variação de apenas 0,2% no total nacional.
O dado é da pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que compara a produção física em outubro sobre setembro, período em que o avanço da produção nacional foi praticamente nulo (0,2%), mas que foi ridiculamente comemorado pelo governo como um “sinal” da recuperação da economia.
O volume do que é produzido no estado de São Paulo corresponde a mais de 30% do total do país e a queda apresentada em outubro já é um grande indício de que nada vai bem para o setor. E, com a indústria paulista em queda, é impossível superar a crise.
Não obstante, a pesquisa ,divulgada na sexta-feira (8), também revelou uma “tendência de queda disseminada”, usando os termos do IBGE, pelas regiões investigadas. De setembro para outubro, houve avanço em apenas seis dos 14 locais analisados.
As quedas foram significativas em estados muito importantes para a indústria, além de São Paulo, como Minas Gerais (-1,2%) e Rio Grande do Sul (-0,6%). A Bahia (-7,0%) foi o resultado mais negativo no mês, intensificando o verificado no mês anterior de -1,7%. Pernambuco (-2,1%), Pará (-1%), Região Nordeste (-0,6%) e Paraná (-0,1%) assinalaram as demais quedas no mês.
Por essa razão, não há dado que sustente a falsa propaganda de superação da recessão de Temer. O volume de produção da indústria nacional ainda está 17,1% abaixo do pico (março de 2013) e produz a níveis semelhantes a 2009, ano da crise econômica internacional.
PRISCILA CASALE