“Em junho de 2023, quando a produção industrial do país ficou virtualmente estagnada, poucos foram os parques regionais do setor que conseguiram apresentar algum progresso”, diz Iedi sobre a queda que atingiu 9 de 15 regiões pesquisadas pelo IBGE
A queda na produção industrial de importantes regiões em junho demonstra que o setor continua enfraquecido, sofrendo com a persistência dos juros básicos da economia nas alturas, que há meses pressionam a demanda e impedem os investimentos. De acordo com dados divulgados nesta terça-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial regional caiu em 9 das 15 regiões pesquisadas, explicando a variação quase nula, de 0,1%, no volume de produção nacional em junho.
“Em junho de 2023, quando a produção industrial do país ficou virtualmente estagnada, poucos foram os parques regionais do setor que conseguiram apresentar algum progresso. Os dados divulgados hoje pelo IBGE mostram que uma parcela minoritária de 40% das indústrias locais aumentou produção de mai/23 para jun/23”, avalia o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).
O destaque negativo foi São Paulo, onde se concentra o mais importante e desenvolvido parque industrial do país: ante maio, a queda foi de -2,7%. Na comparação com junho do ano passado, houve recuo de -2,4%. No acumulado de janeiro a junho os resultados tampouco são animadores, com queda de -1,9%.
“Entre as localidades em queda estão alguns dos parques mais importantes do país, como São Paulo, cuja indústria recuou -2,7%, já descontados os efeitos sazonais, anulando integralmente a expansão de maio (+2,7%)”, ressalta o Iedi.
O Instituto destaca que do total de ramos da indústria paulista, 72% não progrediu na comparação entre o primeiro semestre deste ano e o ano passado, acentuando as quedas nos ramos de eletrônicos e equipamentos de informática (-33,6%), minerais não metálicos (-10,0%), metalurgia (-8,9%) e máquinas e equipamentos (-6,4%).
Outros destaques na comparação mensal foram os desempenhos negativos das indústrias do Rio Grande do Sul, cuja queda mensal foi de -0,5%; Minas Gerais (-1,1%); Amazonas (-4,0%), Paraná (-3,3%); Pernambuco (-1,0%); Pará (-1,0%); Ceará (-6,4%) e Região Nordeste, que tombou -4,5%.
As seis regiões que registraram crescimento em junho sobre maio foram Bahia (+0,5%), Espírito Santo (+4,6%), Rio de Janeiro (+3,2%), Santa Catarina (+2,6%), Mato Grosso (+2,2%) e Goiás (+1,8%). À exceção do Rio de Janeiro, que possui parque de indústria de transformação desenvolvido, as demais regiões são polos da indústria extrativa.
Analisando o acumulado do primeiro semestre do ano, quando houve variação de -0,3% na indústria geral, oito dos dezoito locais pesquisados apresentaram expansão da produção, sendo os maiores: Amazonas (9,8%), Minas Gerais (5,9%), Pará (5,5%) e Rio de Janeiro (4,3%). Já os locais com as principais quedas foram: Ceará (-6,2%), Rio Grande do Sul (-6,0%), Nordeste (-4,5%) e Santa Catarina (-3,8%).