
Das 15 regiões divulgadas pelo IBGE, 9 perderam produção em relação a abril
A produção industrial brasileira sofreu um recuo de 0,5% no mês de maio deste ano em relação abril, na série com ajuste sazonal. Dos 15 locais pesquisados, nove deles apontaram taxas negativas. Mato Grosso (-7,0%), Bahia (-3,7%) e Amazonas (-3,3%) tiveram os recuos mais intensos.
Em São Paulo, um dos maiores e mais diversificados parques industriais do país, a atividade industrial recuou 0,8% frente a abril e caiu 1,3% frente a maio de 2024. No acumulado de janeiro a maio, a queda foi de 0,7% na comparação com o mesmo período do ano passado.
“A produção industrial paulista também se mostra inferior aos patamares de um ano atrás”, destaca o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). Em maio deste ano ante o mesmo mês do ano passado a queda é de -1,3% e no trimestre de março a maio deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado, de -1,5%.
“Até mesmo no acumulado dos cinco primeiros meses do ano o sinal é negativo: -0,7%, fazendo parte dos 50% dos parques regionais no vermelho nesta comparação”, ressalta o Iedi. “Estas são evidências de que o principal motor industrial está parado. Do seu total de ramos, 55% está no vermelho no acumulado jan-mai/25 e praticamente em todos os casos o trimestre móvel findo em mai/25 sinaliza agravamento das perdas ou a manutenção de seu patamar. Os piores casos são farmacêutica e farmoquímica e indústria extrativa, seguidas por máquinas e aparelhos elétricos e outros equipamentos de transporte”.
Ao analisar o resultado da produção regional nacional, divulgada pelo IBGE, a Fiesp registrou que “o cenário externo instável, a imposição de tarifas, a redução da demanda global e a elevada incerteza geopolítica, além da política monetária contracionista, devem continuar impactando o setor ao longo de 2025. Contudo, as medidas do governo de estímulo à demanda podem contrabalancear esses vetores negativos para o setor industrial no ano”. A entidade projeta que o crescimento da produção industrial em 2025 permanece em 1,3%, após alta de 3,1% em 2024.
JUROS ELEVADOS E QUEDA NOS INVESTIMENTOS
Além de São Paulo, registraram taxas negativas mais intensas que a média nacional (-0,5%), Minas Gerais (-1,9%), Região Nordeste (-1,3%), Goiás (-1,1%) e Pernambuco (-0,6%). Santa Catarina (-0,2%) também teve variação negativa.
Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional, divulgada hoje (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
Para Bernardo Almeida, analista da Pesquisa Industrial Mensal Regional, “alguns fatores já conhecidos ajudam a explicar a perda de ritmo na produção industrial e o predomínio de locais em campo negativo: taxa de juros em patamares elevados, reduzindo os investimentos nas linhas de produção; incertezas tanto no mercado doméstico quanto no internacional; a inflação recaindo sobre o consumo das famílias e sua renda disponível, levando a produção a se adequar a uma demanda mais arrefecida”.
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