Produção industrial paulista recua 1,2% em outubro

Foto: Roberto-Dziura Jr/AEN - Reprodução IBGE

Com a maior concentração industrial do país, o estado foi a maior influência no resultado nacional de apenas 0,1%, segundo IBGE

O crescimento de apenas 0,1% na produção industrial brasileira em outubro sobre setembro de 2025 ficou regionalmente distribuído, pelo aumento da produção em 8 dos 15 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segundo dados divulgados nesta terça-feira (9).

Goiás (6,5%), Mato Grosso (5,8%), Amazonas (4,1%) e Rio de Janeiro (4,1%) apresentaram os aumentos mais acentuadas, seguidos por Bahia (2,7%), Minas Gerais (2,1%), Santa Catarina (0,6%) e Paraná (0,5%).

Os resultados negativos foram apresentados pelo Rio Grande do Sul (-5,7%), Espírito Santo (-1,7%), Pará (-1,4%), São Paulo (-1,2%), Pernambuco (-0,6%), Ceará (-0,3%) e Região Nordeste (-0,1%).

São Paulo, que responde por cerca de 33% da produção industrial brasileira, além da queda na produção na variação mensal, também apresenta queda de 4,6% na comparação com outubro de 2024.

O recuo de 1,2% na indústria paulista foi a segunda taxa negativa seguida, acumulando 1,7% nos dois meses. O desempenho paulista foi a principal influência negativa para o resultado do país.

“Com essa taxa, São Paulo encontra-se 22,8% abaixo do seu patamar mais alto, alcançado em março de 2011”, disse o analista da pesquisa do IBGE, Bernardo Almeida.

Ainda sobre outubro de 2024, com o setor industrial recuando 0,5%, tivemos resultados negativos em 5 dos 18 locais pesquisados. São eles, Mato Grosso do Sul (-17,8%), Rio Grande do Norte (-9,5%) e Mato Grosso (-8,2%), Paraná (-4,1%) e Pará (-3,9%).

Por outro lado, também sobre outubro de 2024, tivemos locais com crescimento acima de dois dígitos e os mais elevados: Espírito Santo (18,3%), Amazonas (12,5%) e Goiás (11,7%).

No acumulado deste ano, frente ao mesmo período de janeiro a outubro do ano passado, houve um pequeno aumento de 0,8%, com resultados favoráveis em 10 dos 18 locais pesquisados. Espírito Santo (8,6%), Rio de Janeiro (4,6%) e Pará (3,8%) assinalaram os avanços mais acentuados para os dez meses do ano.

Por outro lado, Mato Grosso do Sul (-13,5%) e Rio Grande do Norte (-12,7%) assinalaram recuos de dois dígitos e os mais elevados no índice acumulado para o período janeiro-outubro de 2025.

Os percentuais de ganhos modestos em métricas de mês sobre o mês anterior, ou do mês sobre o mesmo mês do ano passado ou ainda do acumulado do período de ano sobre o ano anterior, além das quedas ocorridas, acompanham a desaceleração da economia.

Desaceleração essa sob o impacto das taxas de juros absurdas, baseadas na Selic, juros básicos economia, mantida em 15% pelo Banco Central.

Os resultados pouco expressivos do Produto Interno Bruto (PIB) no ano, com um crescimento, quase zero, de 0,1% no terceiro trimestre de 2025, na série dessazonalizada, de crescimentos de apenas 1,5% no primeiro trimestre e de 0,3% no segundo trimestre refletem, entre outros, o fraco desempenho da indústria.

No acumulado em 12 meses, a produção industrial cresceu 0,9%, “mas prosseguiu assinalando perda de ritmo frente aos índices dos meses anteriores. Em termos regionais, onze dos dezoito locais pesquisados registraram taxas positivas em outubro de 2025, mas doze apontaram menor dinamismo frente aos índices de setembro último”, assinala o IBGE.

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