No acumulado do ano até setembro, a queda na produção industrial nacional já é de 1,4% – com sensível impacto da indústria de bens intermediários (-2,4). No mês, houve variação positiva de 0,3%. Ainda assim, não foi possível recuperar o terceiro trimestre – cujo resultado para a indústria foi de queda de 1,2% sobre o mesmo período do ano passado.
Em doze meses, a retração é de -1,4%. Assim como no acumulado de janeiro a setembro (-1,4%), com resultados negativos em 1 das 4 grandes categorias econômicas, 15 dos 26 ramos, 44 dos 79 grupos e 54,3% dos 805 produtos pesquisados.
Os dados de setembro da produção industrial do país divulgados hoje (01/11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), confirmam que 2019 é um ano perdido para a indústria.
“Temos um ambiente de incerteza no mercado, com parte das famílias adiando as decisões de consumo, os trabalhadores fora do mercado de trabalho e a diminuição na demanda”, afirmou André Macedo, gerente da pesquisa do IBGE.
De janeiro a setembro, entre as atividades, ficaram negativas as indústrias extrativas (-9,8%); celulose, papel e produtos de papel (-3,7%), outros equipamentos de transporte (-10,9%), manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-9,1%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-3,4%), produtos de madeira (-5,6%), produtos de borracha e de material plástico (-1,9%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-2,8%).
ESTAGNAÇÃO
A projeção das instituições financeiras para a produção industrial em 2019 é de queda de 0,73%, conforme relatório de mercado Focus do Banco Central. Com o setor produtivo perdendo participação na formação do Produto Interno Bruto (PIB), a previsão é que o crescimento do país seja de apenas 0,91%.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibra/FGV), a participação da indústria de transformação no PIB caiu para 11,2% em 2019 – o menor patamar desde 1947.