“A indústria paulista começou o presente ano em uma situação inferior ao início de 2021, devido à grande maioria de seus ramos (83% em queda). Frente a jan/21, acusou perda de -8,7%, com perdas particularmente fortes em borracha e plástico (-24,2%), têxteis (-26,1%), veículos (-28,1%) e farmacêuticos e farmoquímicos (-36,3%)”, destaca o Iedi.
Os dados regionais da produção industrial brasileira em janeiro foram divulgados nesta terça-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Das 15 regiões pesquisadas, 10 retraíram em volume de produção – incluindo quedas nos estados onde estão concentrados os principais parques industriais do país, como São Paulo (-1,0%), Rio de Janeiro (-1,4%) e Minas Gerais (10,7%). A indústria geral caiu -2,4% na comparação com dezembro e -7,2% sobre janeiro de 2021, evidenciando uma situação dramática para o setor produtivo.
“Desde o início do ano passado a indústria brasileira não consegue apresentar sequer dois meses seguidos de expansão da sua produção. Cada passo adiante é sucedido por novas perdas, distanciando-a cada vez mais do patamar em que se encontrava antes do choque provocado pela Covid-19 no país. 2022 começou nesta mesma toada”, analisa o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI).
Ao observar o resultado da produção industrial paulista, o Iedi destaca que “a indústria paulista começou o presente ano em uma situação inferior ao início de 2021, devido à grande maioria de seus ramos (83% em queda). Frente a jan/21, acusou perda de -8,7%, com perdas particularmente fortes em borracha e plástico (-24,2%), têxteis (-26,1%), veículos (-28,1%) e farmacêuticos e farmoquímicos (-36,3%)”.
O Instituto observou que “a involução não poupou os grandes centros industriais do Sudeste do país, mas se mostrou bem mais intensa sobretudo na região Norte e em parte do Nordeste”.
Segundo os dados do IBGE, as maiores quedas regionais foram registradas no Amazonas, cuja produção cedeu 13% de dezembro para janeiro; Minas Gerais, com queda de nada mais, nada menos que 10,7%%; e Pará, com recuo de 9,8%.
Na avaliação do Iedi, os dados da produção industrial são indícios de que o retrocesso se mantém e a indústria está longe de se recuperar, com sinais negativos que vêm por todos os lados, tanto na análise setorial, quanto regional. Os resultados de janeiro anulam a maior parte do crescimento registrado em dezembro de 2021, comemorados pelo governo como sinal de que a economia “engataria em 2022”.
“Como resultado, o setor voltou a ficar 3,5% abaixo do pré-pandemia, isto é, do nível de produção de fev/20”, situa o instituto.
“O maior e mais completo parque industrial do país pode não ter liderado o recuo na entrada de 2022, mas nem por isso deixa de sinalizar desaquecimento em seu nível de atividade, especialmente em comparação com o início do ano passado”, ressaltou o instituto.