Em doze meses, a produção do setor é nula (0.0%), segundo o IBGE
Em maio deste ano, a produção industrial brasileira continuou patianando, ao variar apenas +0,3% frente a abril, quando recuou -0,6%, segundo dados da pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta terça-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 2023, os dois primeiros meses do ano a produção industrial caiu -0,3% em janeiro e -0,2% em fevereiro, seguidos por alta de 1,1% em março. No ano, a indústria acumula uma queda de -0,4% até maio e, em 12 meses, a variação é nula (0,0%) na sua produção. Em relação a maio de 2022, o saldo é positivo (+1,9%).
Com o resultado de maio, a indústria brasileira encontra-se 1,5% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 18,1% abaixo do nível recorde, alcançado em maio de 2011.
Com a continuidade da repressão dos juros altos estabelecidos pelo Banco Central contra a demanda de bens e serviços no país, inibindo o crédito e investimentos, a indústria segue sem força para recuperar as perdas do passado. A política monetária restritiva do BC, ao impor um alto custo aoi crédito, força uma diminuição no ritmo das encomendas da indústria, afetando, principalmente, os setores que são mais sensíveis ao crédito, como os de bens de capital (máquinas e equipamentos).
Apesar da alta de 4,2% em maio, a produção de bens de capital está em queda de -9,6% no acumulado dos primeiros cinco meses do ano. Na comparação anual, o tombo é ainda maior, recuo de -11,6%, e em 12 meses, de -5%.
Em maio, a produção de Bens Intermediários praticamente não cresceu, ao variar em alta de 0,1%. No acumulado do ano, o recuo é de -1,0% e, em 12 meses, queda de -0,8%. Bens intermediários são aqueles insumos produzidos para compor outros bens (componentes de televisão, por exemplo).
No quinto mês deste ano também houve recuo na produção de bens de consumo (-0,8), puxada pela queda na produção dos semiduráveis e não duráveis (-1,1). A indústria de bens duráveis foi o único setor que apresentou alguma melhora nesse período, alta de 9,8% frente abril, e de 7,8% no acumulado do ano.
No mês de maio ainda, entre os destaques de queda de produção estão: alimentícios (-2,6%), sendo o quinto mês consecutivo de queda para este segmento, período em que acumulou perda de 9,7%, e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-9,7%), intensificando o recuo de 0,4% verificado em abril.
Na comparação com maio de 2022, destaca-se as baixas nas produções de produtos químicos (-6,4%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-16,7%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-13,6%), artigos do vestuário e acessórios (-9,6%), produtos de madeira (-15,3%), produtos de minerais não metálicos (-6,2%), produtos de metal (-4,4%), máquinas e equipamentos (-3,0%) e bebidas (-3,3%).