IBGE destaca “predomínio disseminado de taxas negativas entre as atividades industriais investigadas”
Sob efeito dos juros elevados e o alto endividamento das empresas, a produção industrial brasileira segue estagnada, ao variar apenas +0,1% em outubro na comparação com o mês anterior (0,0%, dado revisado). Segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta sexta-feira (1º), tanto no acumulado no ano quanto na análise do acumulado em 12 meses a produção industrial registrou variação nula (0,0%). Frente a outubro de 2022, a produção industrial registrou alta de 1,2%.
Com o resultado, a indústria está 1,6% abaixo do nível que se encontrava em fevereiro de 2020 (pré-pandemia), e 18,1% abaixo do ponto mais elevado da série histórica, alcançado em maio de 2011.
Em outubro, apenas uma das quatro grandes categorias econômicas apresentou crescimento na produção: Bens Intermediários (0,9%), Bens de Capital (-1,1%), Bens de Consumo Duráveis (-2,4) e Bens de Consumo Semiduráveis e não Duráveis (-0,3) – ambos registram a segunda taxa negativa consecutiva. No computado geral, a produção de Bens de Consumo recuou -1,1% no décimo mês de 2023.
“No índice desse mês, permanece a característica de perfil disseminado de taxas negativas, alcançando 13 dos 25 ramos industriais pesquisados. Dessa forma, observa-se pelo 14º mês seguido um número maior de atividades no campo negativo para esse tipo de comparação”, destaca André Macedo, gerente da pesquisa.
No mês, ainda, observou-se também taxas negativas em 11 das 25 atividades pesquisadas, que entre os destaques estão: Coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,4%), Indústrias extrativas (-1,1%), Outros Equipamentos de Transporte (-1,7%), Equipamentos de Informática, produtos eletrônicos e ópticos (-2,6%) e Impressão e reprodução de gravações (5,8%).
Por outro lado, em outubro ficaram no campo positivo: produção de Móveis, que cresceram 3,0%, mas que acumulam do ano recuo de 1,4%; Máquinas e equipamentos com crescimento de +3%, o que não foi o suficiente para cobrir a queda de 6,6% que acumula no ano; Máquinas, aparelhos e materiais elétricos (23%), que encontra-se em queda de -10,6 no ano; Produtos de metal (23%); Produtos farmoquímicos e farmacêuticos (3,7%); Produtos do fumo (3,7%); e veículos automotores, reboques e carrocerias (0,9%), que no ano estão -5,9% em baixa.