
“O fascismo ronda nossas vidas. Eles disseram que sabem que nós somos e onde moramos. E virão atrás”, disse o sociólogo Lejeune Mirhan
O sociólogo, professor e escritor Lejeune Mirhan foi alvo de agressão por parte de manifestantes bolsonaristas na noite de sábado (3) em Campinas, interior de São Paulo, onde mora.
Lejeune relatou que ao retornar à sua casa, que fica próxima à Escola Preparatória de Cadetes do Exército, onde uma horda fascista mantém cerca de 30 barracas, após participar de um evento social e familiar, foi impedido de passar. Ele contou também que teve seu carro chutado pelos manifestantes, além dos vidros esmurrados.
Os baderneiros estão no local há quase quarenta dias, desde a confirmação da derrota de Jair Bolsonaro para Lula nas eleições de outubro, formalizada pela Justiça Eleitoral, e mantém uma das principais vias da cidade bloqueada.
Eles se recusam a aceitar o resultado – legítimo – da eleição e pedem golpe às Forças Armadas. “Indagado quanto tempo isso ainda iria eles disseram que o ano de 2023 inteiro. Eles estão articulados, orquestrados, pesadamente financiados”, denuncia o professor.

“Em torno de 30 barracas estão montadas, uma tenda imensa de boca livre está à disposição. E – o que é pior – disseram que as autoridades de trânsito da nossa cidade de Campinas – chamada EMDEC – está dando total apoio para a obstrução”, completa o professor.
Lejeune, que estava no veículo com sua esposa, o filho de 6 anos e uma amiga, conta que pediu aos golpistas que retirassem os cones para que o veículo passasse, mas eles se recusaram. “E, mais do que isso, dois deles que nos ameaçaram e filmaram, usavam camisetas da PE – Polícia do Exército. Falavam com rádio comunicadores privativos das forças armadas”, denuncia.
Diante da prepotência e ousadia por parte dos militantes pró-golpe, o sociólogo acredita que o grupo conta com forte apoio de autoridades, além do prefeito da cidade “completamente omisso”. “Não tenho dúvidas que tem apoio de gente mais graúda do que o próprio prefeito completamente omisso da nossa cidade, pertencente ao Partido Republicano que apoiou Bolsonaro”, denuncia Lejeune.
“O fascismo ronda nossas vidas. Eles disseram que sabem que nós somos e onde moramos. E virão atrás”, acrescentou.
Além das agressões verbais, os baderneiros, também desferiram impropérios contra a família, conforme vídeo feito pela esposa do professor. […] Chamaram minha esposa de vaca e vagabunda. Não nos permitiram passar pelo bloqueio. Exigiram que eu desse marcha à ré. Chutaram meu carro e esmurraram os vidros”, relata.
O vídeo com as agressões, teve ampla repercussão nas redes sociais, com milhares de acesso e foi divulgado também por vários veículos da impressa progressista. Lejeune recebeu centenas de manifestações de apoio e solidariedade pelo país.
Apresar de morar a uma quadra do local onde estão concentrados os golpistas e temer novas hostilidades contra e ele a à família, o sociólogo sustenta que vai resistir. “Eles vão nos molestar e talvez até fazer alguma maldade para a nossa família”, acredita. Porém, “nada tememos vindo desses fascistas. Estamos tomando todas as precauções para que o pior não aconteça. Mas, não recuaremos um milímetro”, enfatiza.
Após pressão de moradores e manifestações de vereadores da cidade, a partir de um ofício protocolado por Lejeune à Prefeitura, a empresa de trânsito de Campinas, numa aparente tentativa de desvincular a imagem do prefeito aos atos criminosos, determinou que as vias próximas à Escola de Cadetes fossem liberadas, após 35 longos 35 dias. No entanto, a decisão não foi acatada.
“[…] nada foi feito. Os golpistas e fascistas não permitiram sequer que a empresa de trânsito levasse seus próprios cavaletes e cones. E fizeram pior ainda: fecharam completamente as duas pistas da avenida com uma imensa faixa com os dizeres: “Forças Armadas salvem a Nação!”.
O professor informou que ainda nesta semana vai protocolar uma representação junto ao Ministério Público Estadual, junto à promotoria de Direitos Humanos e também ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes para denunciar a situação e solicitar mais providências.
“Voltarei a exigir da prefeitura a efetiva desobstrução das vias públicas, com requisição de força policial. Não é possível a 12ª maior cidade do país estar submetidas aos terroristas e golpistas. As forças patrióticas e democráticas devem reagir à altura”, conclama.
Aconteceu com minha esposa e enteada!!! Moro na rua Sampaio Vidal, e esse mesmo sujeito com farda da Polícia do Exército, q aliás deve ser um frustrado por não ter tido capacidade de ser militar, xingou e ameaçou elas.
Realmente o poder público de Campinas, nada faz!!!
Vimos por meio desta repudiar veementemente as agressões sofridas pelo Prof⁰ Dr.Leujene Mirhan e sua família.
Tais agressões não são feitas somente ao Prof⁰ Leujene Mirhan e sua famiília, mas atinge à toda sociedade brasileira, que demonstrou nas urnas a sua repulsa anomia governamental que se abateu sobre nós desde a destituição do governo Dilma, legitimamente eleita.
Cabe à toda sociedade brasileira, defenestrar de uma vez por todas, quaisquer manifestações, nazifascistas, anti- democráticas, golpistas, que nos levou a esse obscurantismo, desde 2016.