Os professores de escolas públicas do estado da Virgínia Ocidental conquistaram um reajuste salarial para toda a categoria na terça-feira (6). A vitória foi alcançada após nove dias de greve em que foram paradas todas as escolas públicas dos 55 municípios do estado e o movimento aglutinou mais de 33 mil profissionais da educação, reivindicando 5% de reajuste salarial e saúde de qualidade. A mobilização foi considerada a maior manifestação do setor da educação estadunidense dos últimos 30 anos.
“Nunca vimos a comunidade da educação tão unida”, afirmou Dale Lee, presidente da Associação para a Educação da Virginia Ocidental, que no Twitter comemorou: “Ganhamos! 5% de aumento para todos os funcionários da educação”. A medida foi aceita tanto pela Câmara dos Delegados da Virgínia Ocidental (equivalente as Assembleias Legislativas Estaduais brasileiras) quanto pelo Senado, sendo assinada pelo bilionário e governador do estado, Jim Justice, na tarde de terça-feira.
O acordo foi alcançado após 9 dias de impasse entre a Casa dos Delegados e o Senado estadual. Enquanto os líderes sindicais, a Câmara dos Deputados e o governador Justice chegaram a um entendimento sobre o aumento de 5% nos salários, o Senado negou a proposta, oferecendo um aumento de apenas 4%. O embaraço com o Senado radicalizou o movimento grevista, levando dezenas de milhares para os protestos em todo o Estado. Com o aumento da pressão nas ruas, o Senado recuou e, na última terça, aceitou a proposta.
Na Virgínia Ocidental a taxa de pobreza atinge 17,9% da população, bem acima da média nacional que está em 12,7% e os salários pagos aos professores são os mais baixos dos Estados Unidos e não são ajustados desde 2014. Nesse sentido, ao explicar a grande adesão e o sucesso da greve, Lee afirmou que a mobilização foi a resposta dos professores contra as falsas promessas dos legisladores, que desde 2014 se comprometem com aumentos de salários sem nada fazer depois das eleições.
Embora tenham alcançado a vitória com o aumento de salários, resta a luta pela melhora dos serviços de saúde oferecidos aos professores pela Agência de Seguro de Empregados Públicos (PEIA). Para sanar o problema da falta de recursos, os professores exigem maior financiamento estatal para compensar a diminuição de recursos com a saúde do setor.
Em relação aos ataques contra o sistema de saúde dos professores do Estado, a professora de educação social, Cody Thompson, que leciona na Elkins High School, afirmou que “os professores se sentem sob ataque constante. É por isso que, sempre que você for pressionado, é preciso pressionar de volta”.