
Em campanha salarial, os professores da rede estadual de São Paulo suspenderam a greve iniciada nesta sexta-feira (25) e definiram uma jornada de lutas, que inclui nova paralisação da categoria no dia 9 de maio. Os profissionais reivindicam reajuste salarial, melhores condições de trabalho, como climatização das salas, e mais contratações. A categoria também protesta contra a privatização de escolas e o fechamento de salas.
Em conversa com o HP na última quinta-feira (24), o segundo vice-presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), Fábio de Moraes, antecipou que o sindicato não iria aceitar os 5% de reajuste proposto pelo governo. “Nós vamos rejeitar essa proposta, porque eles podem melhorá-la – em muito”, defendeu. No dia de ontem, o sindicalista disse que a proposta sequer foi levada à assembleia.
Com piso salarial abaixo do nacional, a categoria pede reajuste de 6,27%. Na jornada de lutas aprovada durante a assembleia, que aconteceu na Av. Paulista, região central de SP, foi aprovado um calendário de lutas em âmbito nacional e estadual. Na pauta: caravanas e manifestação a Brasília no dia 29 próximo pela redução do IR até R$ 5 mil mensais, redução da jornada de trabalho, fim da escala 6X1 e a participação nos atos do 1º de maio, Dia Internacional do Trabalhador.
Na esfera estadual, estão previstos atos e vigílias em frente às Diretorias de Ensino no dia 5 de maio, data da audiência de conciliação em razão da judicialização da greve a pedido da Gestão Tarcísio de Freitas. No calendário também estão programados protestos contra a política de privatização de escolas e o fechamento de salas no período noturno e rechaço às plataformas digitais para o Ensino de Jovens e Adultos (EJA), pretendidas pelo governo do Estado.
“Infelizmente temos vivenciado uma conduta bastante autoritária por parte desta administração: não atende às nossas reivindicações básicas, produz mudanças que só prejudicam nossa categoria e o processo ensino-aprendizagem, sem considerar a premissa máxima de garantir qualidade para os usuários dos serviços públicos e direitos para todos os trabalhadores da Educação pública”, critica Fábio.
Um dia antes do início da greve, “inspirado” pelo também bolsonarista Ricardo Nunes (MDB), prefeito de SP, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), ingressou na Justiça contra o movimento, pedido acatado pelo Tribunal de Justiça (TJSP).
O ato/assembleia do dia 9 de maio vai acontecer na Praça da República, centro da capital paulista, às 16h. “(É) uma greve contra todos estes ataques que o governo Tarcísio/Feder vem impondo sobre nossa categoria e à população de São Paulo. Conclamamos todos a se juntar aos professores nesta luta”, ressalta Fábio de Moraes.