Milhares de trabalhadores se mobilizaram em diferentes cidades da Argentina, na quarta-feira, 12, para rechaçar as políticas de arrocho do governo Macri, exigir o fim das demissões nos Ministérios e outros órgãos do Estado, e demandar investimentos na indústria nacional, sucateada pelas medidas neoliberais dos últimos dois anos e meio. Somaram-se ao protesto professores convocados pela Frente da Unidade Docente e pela União de Trabalhadores da Educação, UTE, que estão em greve de 48 horas em rechaço aos cortes na educação pública e às propostas de aumento salarial do governo abaixo da inflação.
Trabalhadores desempregados também participaram dos atos contra o desastre macrista.
O Obelisco, no centro de Buenos Aires, foi um dos pontos de concentração da jornada convocada pela Central de Trabalhadores da Argentina-Autônoma, e à qual aderiram organizações como a Bairros de Pé, entre outras.
Os trabalhadores do Instituto Nacional de Tecnologia Industrial, INTI, também se manifestaram em defesa da ciência e a tecnologia, da produção nacional e do salário. Realizaram um bloqueio momentâneo do trânsito no cruzamento das avenidas Constituyentes e General Paz, na capital, e depois se mobilizaram até os distintos pontos do protesto.
O orçamento das universidades nacionais, que em vários casos se encontram tomadas por seus estudantes em exigência de maior financiamento, sofreu um novo corte no inicio desta semana de mais de 170 milhões de reais.
Em cada ponto onde houve uma manifestação instalou-se uma ‘panela popular’ para visibilizar a situação de pobreza em que ficaram milhões de pessoas que pioraram sua situação de vida por causa da inflação, da desvalorização do peso e dos cortes do Estado. “As políticas econômicas do governo põem em risco a paz social em nosso país. A situação social piorou muitíssimo e a população não vai ficar de braços cruzados diante do descalabro econômico deste governo”, disse Hugo Godoy, secretário-geral da Associação de Trabalhadores do Estado, ATE.
A capital da província de Buenos Aires, La Plata, foi outra das cidades onde uma multidão se manifestou nas ruas. Trabalhadores estatais, professores, servidores do judiciário, médicos, estudantes, e a população em geral convocada por organizações sociais e sindicatos da CTA Autônoma marcharam até a Assembleia Legislativa provincial para exigir que o governo pare com o arrocho.
Outro dos epicentros do protesto foi a sede da secretaria da Agroindústria, onde foram demitidos há menos de um mês quase 600 trabalhadores. “Nossa responsabilidade é defender a fonte do trabalho”, afirmou o dirigente da ATE provincial, Oscar de Isasi. “Estamos nas ruas em todo o país exigindo o fim das demissões, reincorporação dos desempregados, a passagem ao emprego permanente dos trabalhadores sem carteira registrada”, disse durante seu discurso frente à sede do Poder Legislativo da província.