Devido ao “parcelamento de parcelas” dos salários, os professores das escolas estaduais de Minas Gerais, em greve desde o dia 11, tomaram o centro de Belo Horizonte na terça-feira (19).
O governador do estado, Fernando Pimentel (PT), definiu, em 2016, o parcelamento do salário de todos os servidores em três vezes, sendo a primeira, de R$ 3000,00, prevista para o quinto dia útil de cada mês. Em junho, porém, foi diferente. Segundo a Secretaria de Estado de Fazenda (SEF) 47% dos servidores receberam a primeira parcela dos vencimentos no dia 13 de junho, como era previsto. O restante não recebeu nada no dia 13, apenas na sexta-feira, 15, quando o governo depositou R$ 1.500,00 na conta dos servidores ativos.
Entre os que foram mais prejudicados estão os trabalhadores da educação. Portanto, a categoria decidiu por entrar em greve até que o pagamento integral da primeira parcela ocorra. Segundo a Secretaria do Estado de Educação (SEE), na segunda-feira (18), pelo menos 847 instituições aderiram à greve. Na terça-feira (19), os professores e demais trabalhadores organizaram uma manifestação no centro de Belo Horizonte, denunciando o descaso do governo com os educadores.
Na manifestação, o diretor do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE/MG), Paulo Henrique Fonseca, explicou o motivo pelo qual os professores se manifestavam: “Viemos mais uma vez denunciar os atrasos e o parcelamento de salários. Fomos surpreendidos este mês com um reparcelamento da primeira parcela e o atraso maior dos pagamentos da educação em relação às outras categorias”. A manifestação tinha como principal palavra de ordem a frase “sem salário, sem trabalho”.
No começo do ano, os trabalhadores da educação já haviam realizado uma greve pelo pagamento do Piso Salarial Nacional para a categoria, que durou 43 dias.
Com a justificativa de que não quer mais atrasar salários e dever para os servidores públicos, Pimentel virou-se aos bancos internacionais para pedir um empréstimo de R$ 2 bilhões. O petista pretende adquirir a verba por meio da Minas Gerais Participações (MGI) e a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) para desviar da lei que impede o governo de antecipar receita no fim de mandato. O Tribunal de Contas do Estado (TCE) esteve analisando o caso na quarta-feira (20), mas até o fechamento desta edição, nenhuma decisão foi tomada.