Projeto miliciano de Bolsonaro contra opositores passa em comissão da Câmara

Deputados bolsonaristas, como Vitor Hugo (PSL-GO), tentaram votar o PL rapiadamente na comissão. Foto: Gustavo Sales - Câmara dos Deputados

O projeto de lei falsamente chamado “antiterrorista”, que dá ao presidente da República poderes especiais de investigação, foi aprovado na comissão especial que foi criada na Câmara de Deputados.

O PL 1.595/19 cria a Autoridade Nacional Contraterrorista, que será subordinada à Presidência da República e terá “excludente de ilicitude” para suas operações, isto é, poderá cometer crimes e não haverá punição.

A ideia, apoiada pelo governo Bolsonaro, é criar o Comando Conjunto de Operações Especiais e o Grupo Nacional de Operações Especiais, cujos agentes poderão ter acesso a documentos e informações sigilosas de pessoas e empresas.

Na comissão especial, o Projeto, de autoria do deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), foi aprovado por 22 votos contra 7. Agora, o PL deverá ser discutido e votado no Plenário da Câmara, mas ainda não há data marcada.

Os deputados que não são governistas denunciam que o PL cria uma polícia particular para Jair Bolsonaro.

O deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), líder da oposição na Câmara, acredita que “atos terroristas não são um problema brasileiro. Esse projeto de lei busca alargar, além dos limites legais, o conceito de atos terroristas”.

“As manifestações constituídas pela sociedade civil, a despeito de toda a proteção constitucional à associação e à manifestação do pensamento, ficam ameaçadas e podem eventualmente ser alvo dessas ações falsamente chamadas de contraterroristas. Temos as liberdades de expressão, de reunião e de associação colocadas em grave risco por esse projeto”, continuou.

Para o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), “o terrorismo está instalado no terceiro andar do Palácio do Planalto”.

A deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), que votou contra o PL na comissão especial, disse que o projeto “atende o interesse exclusivo do presidente Bolsonaro de ter a sua própria polícia”.

“O Brasil já tem Abin [Agência Brasileira de Inteligência], Forças Armadas, Polícia Federal e polícias militares, todas com real poder de investigar e punir alguém que estiver com ato terrorista no país”.

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