O Ministério Público Eleitoral de São Paulo (MPE-SP) denunciou Gilberto Kassab, ex-prefeito de São Paulo e presidente nacional do PSD, por corrupção passiva, lavagem de dinheiro, caixa 2 eleitoral e associação criminosa cometidos entre 2014 e 2016.
Nesse período, Kassab recebeu pelo menos R$ 16 milhões de propina do frigorífico JBS, do grupo J&F. Segundo os promotores, ele recebia a propina “antes e depois” de assumir o cargo de ministro.
A empresa pagava a propina mensalmente para cobrar em “eventual demanda futura de interesse da J&F”, afirmam os promotores na denúncia.
Gilberto Kassab foi ministro das Cidades e ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações do governo Dilma.
Os pagamentos eram feitos através de contratos falsos entre a JBS e a Yapê Assessoria e Consultoria LTDA, que era controlada por Kassab.
As investigações “revelaram não somente evidências sobre as irregularidades no aludido processo de captação de recursos, mas, principalmente, o processo de geração de ‘caixa ‘2’ na empresa e os pagamentos realizados a agentes públicos, bem como a partidos políticos e candidatos a título de doação eleitoral”, diz a denúncia.
Em 2014, Gilberto Kassab usou os recursos ilegais para financiar sua campanha ao Senado, da qual saiu derrotado.
A “denúncia está inserida nas relações de interesse do Grupo J&F com agentes políticos dos Poderes Legislativo e Executivo, agentes públicos, Bancos Públicos e Fundos de Pensão, desde o ano de 2006, com o objetivo de assegurar boas relações, bem como viabilizar a captação de recursos para o financiamento dos seus projetos de implantação e expansão, em diferentes ramos de atividade da economia”.
Os promotores que assinaram a acusação, Fábio Bechara, Everton Zanella, Luiz Ambra, João Santa Terra e Rodrigo Caldeira, pediram à Justiça que Gilberto Kassab pague pelo menos R$ 16,5 milhões por seus crimes.