
O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, teve sua proposta de que o Conselho de Segurança da ONU aprovasse um comunicado expressando “apoio total à Assembleia Nacional da Venezuela como a única instituição democraticamente eleita”, vetada pela Rússia e China. Também votaram contra o comunicado norte-americano África do Sul e Guiné Equatorial.
A Rússia também foi acompanhada pelos três países quando se contrapôs ao pedido de Washington para a discussão do que chama de “ameaça da situação da Venezuela à segurança”. Neste sentido, o enviado da Rússia, Vassily Nebenzia, declarou que a questão interna da Venezuela não representa ameaça à comunidade internacional, mas são as ações de Washington que – com seu apoio e participação em mais este golpe – que ameaçam a estabilidade na América do Sul. “O que o Conselho de Segurança da ONU deveria examinar são as ameaças à Venezuela”, ressaltou Nebenzia.
“Todo este encontro no Conselho de Segurança da ONU não passa de mais um elemento dentro da estratégia dos EUA de um complô antiético; uma tentativa de envolver o órgão da ONU em mais essa campanha de mudança de regime”, prosseguiu o representante russo.
“A interferência de Washington nos assuntos internos de outros Estados não é nada de novo”, disse ainda Nebenzia, e os Estados Unidos “ainda tratam os países da América Latina como se fossem o seu quintal, sem nenhuma consideração pelos interesses dos povos que aí vivem”. A Venezuela é a presa mais recente do “jogo político favorito da Casa Branca que se diz guardiã do Hemisfério Ocidental”, finalizou.
Com a proposta de Mike Pompeo vetada no Conselho de Segurança, chefes de governo da Alemanha, Inglaterra, Espanha e o presidente da França, um a um repetiu a mesma declaração: Caracas tem oito dias para convocar nova eleição. Se isso não acontecer, cada um desses valentes democratas promete reconhecer o fantoche dos EUA Guaidó como presidente interino da Venezuela, como já fizeram, após os EUA, o chamado Grupo de Lima, com exceção do México e o Canadá.
A posição da secretaria-geral da ONU expressada através de porta-voz, por ocasião da posse de Maduro neste mês, é de que não cabe à ONU se envolver em questões internas dos países.
Portanto, cabe unicamente ao povo venezuelano – como a todos os povos – decidir seu próprio destino. Qualquer interferência externa é atentado contra o direito internacional.