Protegido por habeas corpus, dono da Precisa se cala na CPI para ocultar mamata da Covaxin

Sócio-proprietário da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano. Foto: Roque de Sá - Agência Senado
Vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), sugeriu que os senadores suspendessem a sessão para consultar STF “até onde se pode ir em relação a esse depoimento e para eventual deliberação sobre as medidas a tomar”

Ouvido pela CPI da Covid-19 no Senado, nesta quinta-feira (19), o dono da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano não respondeu a diversas questões formuladas pelo relator do inquérito, senador Renan Calheiros (MDB-AL), no início da oitiva.

As respostas foram pontuais: Maximiano afirmou que conhece Ricardo Barros (PP-PR), deputado e líder do governo Bolsonaro na Câmara, e que possui mais um contrato no Ministério da Saúde relativo ao fornecimento de preservativos femininos.

O empresário também afirmou que o relacionamento com a Bharat Biotech começou em setembro de 2020, e que o contrato envolvendo a vacina Covaxin previa pagamento direto para a farmacêutica. Ao ser questionado sobre o porquê de o nome da Precisa aparecer no empenho do pagamento que seria feito, Maximiano não respondeu.

INCÔMODO

Alguns senadores mostraram incômodo com a atitude do dono da Precisa. “Algumas questões não existem nada que possa ter autoincriminação. Esperamos que a assessoria técnica diga quais são os limites de respeito à ordem do supremo e à CPI”, ponderou Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da comissão, sugeriu que os senadores suspendessem a sessão para consultar STF “até onde se pode ir em relação a esse depoimento e para eventual deliberação sobre as medidas a tomar”.

O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), demonstrou que poderia acatar o pedido, mas que queria aguardar mais um momento para tomar tal medida. “Vou tentar mais um pouco e caso continue assim, vou acabar a questão de ordem proposta por Randolfe”, afirmou.

DEPOIMENTO SOB HABEAS CORPUS

A CPI segue ouvindo Francisco Maximiano. Após atrasos e votação de requerimentos, Maximiano iniciou o depoimento dele afirmando que usaria da prerrogativa do silêncio concedida pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em habeas corpus.

Por isso, o empresário não respondeu a diversas perguntas feitas pelo relator da CPI no início do depoimento.

A presença de Maximiano era aguardada com expectativa na comissão. Ele teve o depoimento adiado quatro vezes, além de pedido rejeitado no STF para que não precisasse comparecer.

M. V.

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