Paris ficou conflagrada neste sábado com protestos e confrontos entre policiais e manifestantes que foram às ruas em repúdio ao aumento dos preços do diesel. Na Avenida Champs Élysées a polícia usou gás lacrimogêneo e canhões de água para dispersar manifestantes irritados, com muitos exigindo a renúncia do presidente Macron.
O diesel é o combustível mais usado pelos franceses e já aumentou 23% em 12 meses contra uma inflação inferior a 2%. Mais elevações estão previstas pelo governo.
Várias centenas de manifestantes se reuniram na Champs-Élysées e a partir daí a polícia passou a confrontá-los para impedir que chegassem perto do palácio presidencial. Grande parte cantou o hino nacional e muitos carregavam cartazes com slogans “Macron, ladrão” e “Macron, renúncia”.
Policiais das tropas de choque – que na semana anterior já haviam causado ferimentos em cerca de 600 manifestantes – atiraram bombas de gás e jatos de água na tentativa de esvaziar as ruas depois que o governo proibiu as concentrações em determinadas áreas. Neste sábado mais 3 três mil policiais foram deslocados a Paris.
Como resposta à proibição de manifestação na Champs-Élysées e à forte repressão, foram incendiados veículos, entre os quais um caminhão nas proximidades do Arco do Triunfo e também ardeu em chamas uma tenda da rede norte-americana de hotéis Mariot. Além disso, foram levantadas barricadas em diversas ruas.
Os organizadores já convocaram – com o apoio declarado da Confederação Geral do Trabalho (CGT ) – para o próximo sábado 1º de dezembro uma manifestação em Paris com a participação de franceses de todos os cantos do país.
Os protestos contra a alta dos combustíveis acabaram se generalizando em revolta contra o “presidente dos ricos” e sua política de arrocho com elevação de impostos, cortes e ataques a aposentadorias e servidores públicos. A popularidade de Macron vem despencando e está no nível mais baixo desde a eleição, com aprovação em torno de 30%.