
“O acusado está deliberadamente desrespeitando as medidas cautelares impostas nestes autos e referendadas pelo plenário do STF”, diz Moraes em sua decisão
Apontado como um dos líderes do acampamento golpista, instalado em frente ao QG do Exército, em Brasília, Diego Ventura quebrou a tornozeleira eletrônica e fugiu do País.
Ele não foi coadjuvante no acampamento, que o então ministro da Justiça, Flávio Dino, chamou de “incubadoras de terroristas”.
Isso ocorreu um dia após ser condenado a 14 anos de prisão pela Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) por participação nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Ele também participou das invasões às sedes dos Poderes. Ao entrar na sede da Corte fez ligação de vídeo no WhatsApp na qual disse: “Missão dada, missão cumprida”.
A Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro informou, em 6 de agosto, a Alexandre de Moraes, que Ventura havia rompido a tornozeleira eletrônica, em 1º julho e que, desde então, o equipamento estava desligado.

Na última segunda-feira (11), o ministro determinou a prisão do líder do acampamento. Na quinta-feira (14), o Supremo apresentou balanço dos processos. Leia mais em “STF faz balanço dos golpistas do 8/1: 112 em prisão definitiva”. https://horadopovo.com.br/stf-faz-balanco-dos-golpistas-do-8-1-112-em-prisao-definitiva/
DESRESPEITO ÀS MEDIDAS CAUTELARES
“O acusado está deliberadamente desrespeitando as medidas cautelares impostas nestes autos e referendadas pelo plenário do STF, revelando seu completo desprezo por esta Suprema Corte e pelo Judiciário”, escreveu Moraes na decisão.
De acordo com a defesa de Diego Ventura, o cliente “está refugiado em um país onde há respeito à liberdade e à democracia”.
“Ele não me informou e nem eu quis saber”, disse o advogado Geovane Veras Pessoas ao ser questionado sobre o paradeiro de Ventura.
Este é o discurso dos golpistas. De cima a baixo, todos tentaram se livrar das punições sob a alegação principal que o Brasil vive uma “ditadura comunista” ou “ditadura da toga” e que eles lutam por “liberdade de expressão” e “por um Brasil melhor”.
CONDENADO POR 5 CRIMES
Diego Ventura estava em liberdade provisória, mas tinha que comparecer semanalmente ao juízo. Foi determinado ainda o uso de tornozeleira eletrônica, além do cumprimento do recolhimento noturno.
O Supremo condenou o arruaceiro bolsonarista por 5 crimes:
- abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- golpe de Estado;
- dano qualificado;
- deterioração de patrimônio tombado; e
- associação criminosa armada.
QUEM É DIEGO VENTURA
De acordo com a PF (Polícia Federal), Diego Ventura ficou 50 dias no acampamento em frente ao QG do Exército na capital federal.
Ele atuou ostensivamente na organização do acampamento e contribuiu com arrecadações financeiras para a manutenção da estrutura. Participou também da invasão à sede do Supremo.
ATUAÇÃO RELEVANTE
Durante as investigações da PF (Polícia Federal), Ventura chegou a ser preso, mas ganhou o direito de responder ao processo em liberdade. Essas investigações subsidiaram a denúncia da PGR, que foi acatada pelo STF.
De acordo com a acusação da PGR, ele atuou na coordenação da logística do acampamento e participou efetivamente dos atos golpistas na Praça dos Três Poderes.