A Comissão Executiva Nacional do PSB, reunida na última segunda-feira (5), afirmou que em defesa “dos valores e práticas democráticas, da liberdade de imprensa, da organização social e política” e do desenvolvimento soberano fará oposição ao governo Bolsonaro.
Segundo o documento, o partido fará oposição “sem tréguas”, mas não seguirá a “lógica do ‘quanto pior, melhor’” e não fará “do sofrimento dos brasileiros trampolins para os próximo pleitos eleitorais”.
“Em nome dos brasileiros que precisam de emprego; que têm expectativas de aprimoramento do SUS; que desejam ir e vir de suas casas, caminhar para o trabalho com segurança –; na defesa de um projeto de soberano desenvolvimento, da qualificação tecnológica de nossa indústria, de uma concepção de futuro, que tenha em seus elementos essenciais a articulação da economia criativa, exerceremos uma resistência sem tréguas, mas em uma perspectiva que busca o bem comum”, afirma o PSB no documento.
O PSB não apoiou nenhum candidato no primeiro turno, mas no segundo, “a emergência da extrema-direita e sua agenda de regressões nas conquistas sociais e democráticas nos levaram a apoiar a candidatura de Fernando Haddad, na expectativa de formar uma frente ampla em defesa da democracia”.
“Nesse aspecto, existe uma resistência claramente configurada, na sociedade brasileira, aos flertes com o apagamento dos efeitos deletérios da ditadura, instalada em 1964”, analisou a executiva do PSB.
Para o partido, é o caso de pressionar o governo “até o ponto que prevaleçam – sempre e onde for possível -, até que prevaleçam as teses e agendas de interesse nacional e de nossa população”.
“Isso considerado, estaremos sempre na linha de frente da defesa intransigente dos valores e práticas democráticas, da liberdade de imprensa e da organização social e política” (grifo da nota).
“Essa maneira de perceber a honrosa condição de oposição, que nos confiou o eleitor, recusa a simplicidade dos binarismos, que têm subordinado o país aos afetos, antes que à razão. Nos cabe, nos próximos quatro anos, construir o ponto ótimo, aquele que melhor equilibra as diferenças inerentes às sociedades humanas”.
O documento avaliou candidatura de Márcio França em São Paulo, que recebeu 48,25% dos votos, um total de 10,25 milhões, como muito boa e “soube compor sua campanha em um cenário que lhe era amplamente desfavorável”.
A representação do PSB na Câmara subiu de 21 para 32 deputados, resultado que, segundo a Executiva Nacional do partido, é devido ao “reconhecimento” dos eleitores às suas posições.