Com a participação de mais de 1,5 mil pessoas, o Partido Socialista Brasileiro (PSB) realizou neste final de semana o XIV Congresso Nacional do partido em Brasília. O presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, que foi reconduzido ao cargo por aclamação, fez um balanço dos três anos de sua gestão, agradeceu o apoio recebido dos filiados e das instâncias superiores e projetou crescimento nas eleições de 2018.
No início da solenidade, foram homenageados o linguista norte-americano Noam Chomsky – apresentado como um dos grandes críticos do capitalismo – e o escritor Ariano Suassuna. O pianista Arthur Moreira Lima, filiado ao partido, executou o Hino Nacional e o hino da Internacional Socialista. O músico Antônio Nóbrega interpretou canções em homenagem a Suassuna. João Suassuna recebeu uma placa em reconhecimento ao seu avô.
Ao ser citada pelo presidente, Renata Campos, viúva do ex-governador Eduardo Campos, que estava acompanhada dos filhos, foi aplaudida longamente. Carlos Siqueira destacou o crescimento dos segmentos organizados no partido. “Eu sempre digo que um partido socialista, para chegar ao poder, não pode ter apenas apoio parlamentar, ele tem que estar organizado na sociedade, nos sindicatos, associações, no campo, na cidade, em todas as áreas. E nós estamos ocupando esses espaços gradualmente”.
Estavam presentes na abertura os governadores Paulo Câmara (PE), Ricardo Coutinho (PB) e Rodrigo Rollemberg (DF), o vice-governador de São Paulo, Márcio França, o vice-governador de Rondônia, Daniel Pereira, o vice-presidente de Relações Governamentais do PSB, Beto Albuquerque, e os líderes do partido no Senado, Lídice da Mata, e na Câmara, Julio Delgado.
Também participaram da cerimônia senadores, deputados e prefeitos, além de representantes de diversos partidos e do corpo diplomático, entre eles, República Popular da China, Cuba e Rússia.
Carlos Siqueira exaltou os dirigentes que o antecederam, como João Mangabeira, Antonio Houaiss, Jamil Haddad, Miguel Arraes, Roberto Amaral e Eduardo Campos. “Todos foram, e são, porque há ainda os que estão vivos, homens da melhor qualidade, com os quais tive a honra de conviver, com os quais tive a honra de trabalhar. Eu aprendi muito com eles”.
Siqueira fez duras críticas ao governo de Temer. O socialista classificou a gestão do peemedebista como o “pior governo da história republicana”, que “propôs o fim de uma das maiores conquistas dos últimos 30 anos de democracia, consolidadas na Constituinte de 1988”, declarou, citando a “reforma” da Previdência. “O PSB deve ser um instrumento de transformação social, uma alternativa de poder”, disse.
O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, vice-presidente do partido, disse que “é inaceitável a privatização de empresas públicas”. “É nosso dever ajudar o Brasil e recuperar a capacidade de gerar riquezas, emprego e renda, e, deste modo, preservar as políticas sociais conquistadas ao longo de muitos anos de luta política e mobilização social”. “O nosso PSB não tem como concordar com o desmonte das conquistas sociais obtidas com muita luta pelo povo brasileiro”, complementou. Disse ainda que é inaceitável a privatização de empresas públicas, como a Chesf, com a entrega da gestão do Rio São Francisco a interesses privados.
O vice-governador de São Paulo, Márcio França, destacou a importância do PSB ter conseguido combinar identidade ideológica e resultados eleitorais favoráveis ao longo dos anos. “Tivemos acertos importantes, construímos uma
identidade ideológica e conquistamos um bom resultado eleitoral. O PSB foi um dos mais votados na última eleição”, disse França, no encerramento do XIV Congresso Nacional do PSB, no sábado. Ele convidou a todos para a sua posse como governador de São Paulo, em abril próximo.
Carlos Siqueira afirmou que o partido ainda não se definiu sobre a eleição presidencial e está analisando as possibilidades de candidatura própria, coligação ou neutralidade. Ele disse que o partido já tem definidos dez candidatos aos governos estaduais e que está conversando com outros dois possíveis candidatos, para os governos do Rio Grande do Norte e do Paraná.
No Rio Grande do Norte a conversa é com o vice-governador Fábio Dantas e no Paraná com ex-senador Osmar Dias. Ambos ainda não são filiados ao partido. Durante o Congresso, Carlos Siqueira afirmou que o partido espera eleger dez governadores ou mais e que, pela primeira vez terá três candidatos fortes no Sudeste, entre os quais mencionou o atual vice-governador de São Paulo, Márcio França.
Durante o evento, o partido recebeu a filiação dos deputados federais Alessandro Molon, do Rio de Janeiro e Aliel Machado, do Paraná, ambos vindos da Rede Sustentabilidade. Os deputados estaduais Carlos Minc e Gláucio Julianelli, conhecido como Dr. Julianelli, ambos do Rio de Janeiro, assinaram ficha de filiação ao partido na sexta-feira (2).
Entre outros representantes partidários, participaram do evento representando o Partido Pátria Livre (PPL), Miguel Manso, presidente do partido em São Paulo, e Edna Costa, presidente do PPL de Pernambuco.