
O PSB oficializou, por unanimidade, a candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) à Vice-Presidência da República, nesta sexta-feira (29), na chapa liderada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A convenção nacional do PSB ocorreu em Brasília, no Setor Hoteleiro Sul.
“O nome da simplicidade, da discrição, da competência, da capacidade, do governador Geraldo Alckmin para compor a vice-presidência da República com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, anunciou o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira.
O evento contou com a presença do ex-presidente Lula, do governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), dos deputados Alessandro Molon (PSB) e Marcelo Freixo (PSB), do senador Randolfe Rodrigues (Rede), da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, da deputada Jandira Feghali (RJ), representando o PCdoB, além de outros líderes dos partidos que compõem a coligação em a apoio a Lula (PT, PSB, PCdoB, PV, Solidariedade, Rede e PSOL). Presente também na convenção, o ex-governador Márcio França, candidato ao Senado na chapa do ex-prefeito Fernando Haddad ao governo de São Paulo.
Lula iniciou seu discurso na convenção do PSB saudando os organizadores e signatários do manifesto pela democracia que já reúne quase 400 mil assinaturas e será lido no dia 11 de agosto, na Faculdade de Direito da USP, no Largo de São Francisco, centro da capital paulista.
Para Lula, isso é sinal de que “ninguém acredita mais nos rompantes do presidente que governa esse país”.
“Eu nunca imaginei, aos meus 76 anos de idade, aos meus mais de 50 anos de participação no movimento sindical e nos partidos, que nós iríamos ver um presidente da República cometer a idiotice de chamar os embaixadores de mais de 70 países para fazer o pior papel que um presidente da República pode fazer”, disse o ex-presidente. “Que é mentir para os embaixadores e dar uma ideia falsa de que no Brasil a democracia corre risco por causa das urnas eletrônicas. A idéia de que ele vai ser roubado nessas eleições”, completou.
O candidato a presidente da Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV) ainda denunciou o atual governo por causar o aumento da fome e do desemprego no país.
Lula disse ainda que “esse país só vai ter jeito se ele voltar a crescer” para gerar mais empregos e melhores salários.
Alckmin, em seu discurso, disse que “é hora de Bolsonaro ir embora”. “Seu tempo acabou. Suas idéias e seus conceitos não servem ao país. Suas mentiras não mais se sustentam. Seu plano ardiloso contra a democracia fracassou. E as urnas haverão de livrar o Brasil de todo o mal que ele causou”, acrescentou.
“Não vamos cair no jogo da mentira”, assinalou, “não vamos nos render às manhas e aos desvarios de um presidente que não quer voltar para casa”.
O ex-governador de São Paulo criticou Bolsonaro por seus ataques às urnas eletrônicas e cobrou punição. “(Bolsonaro) tem que ser punido pela farsa”, afirmou.
Ele acusou o governo Bolsonaro por “arruinar a estabilidade da vida familiar” do país.
“Hoje é dia de mostrar a força da nossa união em torno de Lula. É dia de o PSB abrir as portas e promover esse grande encontro suprapartidário, aqui com todos os partidos conosco”, afirmou.
“Para todos juntos seguirmos em frente nesta caminhada, a caminhada da esperança em direção ao futuro. É dia de mostrar que estamos unidos, firmes e determinados, a livrar o Brasil do fanatismo político, da ruinosa política econômica que pôs o Brasil de volta no mapa da fome, que trouxe de novo a inflação, que empobreceu”, completou o ex-governador paulista.
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, destacou em seu discurso a experiência de gestão de Lula, ex-presidente da República, e de Alckmin, ex-governador de São Paulo, como importante qualidade da chapa.
“Temos aqui do nosso lado quem pode oferecer respostas imediatas para o povo brasileiro, e não respostas eleitoreiras, como o governo que está aí”, declarou Gleisi.
A deputada Jandira Feghali (RJ), como vice-presidente do PCdoB, falando em nome da presidente Luciana Santos, avaliou como uma demonstração de maturidade dos partidos a aprovação por unanimidade do nome de Alckmin para a vice de Lula. Ela destacou que vários partidos da coligação estão caminhando no mesmo sentido.
“Essa foi uma construção que expressa a maturidade de todos esses partidos diante desse momento em que estamos vivendo. Não é um momento fácil, não é um momento simples, mas exigiu de nós uma cabeça aberta, cabeça ampla, de construir essa unidade, que mais do que tudo é uma necessidade do Brasil e de quem tem amor pelo nosso povo e nosso país”, declarou.