“Comemorou a morte de um voluntário da Coronavac que faleceu por razões que não tinham a ver com a vacina”, diz o partido em nota
O PSDB divulgou nota na terça-feira (10) criticando a posição de Jair Bolsonaro que capitalizou como uma vitória sua a suspensão pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) dos testes da vacina CoronaVac, produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.
A suspensão dos testes atendeu aos interesses políticos de Bolsonaro contra o governador João Doria (PSDB) (ver abaixo). Bolsonaro já disse que não vai comprar a vacina CoronaVac contra a Covid-19 mesmo que ela seja eficaz e autorizada pela Anvisa.
“A atitude do presidente é mais uma prova de que coloca suas pretensões políticas acima de todos e realmente não se importa com a vida dos brasileiros. Cada vez mais ele parece estar do lado do vírus”, diz a nota do PSDB.
Respondendo a um seguidor sobre a vacina, Bolsonaro respondeu:
“Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Dória queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la. O Presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”, escreveu.
A morte do voluntário não teve nada a ver com a vacina CoronaVac, foi um suicídio. Após a repercussão negativa, a Anvisa voltou atrás e anunciou a retomada dos testes na quarta-feira (11).
Leia a nota tucana na íntegra:
Nota do PSDB
O presidente Bolsonaro comemorou a morte de um voluntário da Coronavac que faleceu por razões que não tinham a ver com a vacina, de acordo com o diretor do Instituto Butantã, Dimas Covas. A atitude do presidente é mais uma prova de que coloca suas pretensões políticas acima de todos e realmente não se importa com a vida dos brasileiros. Cada vez mais ele parece estar do lado do vírus.
O governo Federal prometeu repasses ao governo de São Paulo para produção da Coronavac pelo Instituto Butantan. Até agora não fez; o governo ignorou proposta de compra da vacina da Pfeizer, cujos estudos indicam eficácia na imunização, e o país não estará entre os prioritários quando a vacina for aprovada.
A corrida pela vacina não é uma guerra política e não pode ser tratada dessa forma. A vacina – seja ela qual for – é para proteger os brasileiros desse vírus que já levou a vida de mais de 160 mil pessoas.
No Congresso, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) repudiou as declarações de Bolsonaro e sua interferência na Anvisa.
“Eu não posso deixar de mostrar minha mais profunda indignação diante das declarações do presidente Bolsonaro ao declarar-se vencedor por uma suposição de que uma vacina (salvadora de vidas) fracassou e, uma pessoa supostamente morreu! Sem falar na irresponsável atitude da Anvisa. É absolutamente INACEITÁVEL por parte da presidência da república!!! Nunca esperei ver nada parecido no Brasil! O Senado não pode se omitir”, disse em nota.
Já o governador João Doria (PSDB) afirmou através das redes sociais que esperava ver os testes da vacina retomados imediatamente:
” ‘Efeito adverso grave’ de um voluntário da CoronaVac não está relacionado à vacina. Anvisa é um órgão técnico. Confio q testes c/ vacina do Butantan serão retomados de imediato. Objetivo do Butantan é viabilizar vacina segura p/ todos os brasileiros. Único adversário é o vírus”.
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