A informação foi dada pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Ele acrescentou ainda que pretende apresentar requerimento para que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, compareça novamente à comissão para novo depoimento
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), membro efetivo da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Senado que investiga as ações, inações e omissões do governo federal no combate à pandemia vai ingressar na “Justiça com uma ação que obrigue o presidente [Bolsonaro], em ações públicas, principalmente aquelas com recursos da União, a obedecer às regras sanitárias estabelecidas pelo Ministério da Saúde e pela Anvisa”, informou.
O presidente da República, desde o início da pandemia da Covid-19, em 2020, que já levou a óbito mais de 437 mil brasileiros e brasileiras, simplesmente boicota todas as medidas e protocolos de combate à pandemia. Esse boicote vai desde não usar, não estimular e criticar quem a usa máscara, até fazer proselitismo contra imunizantes.
Bolsonaro não apenas boicota a conduta adequada para evitar que o vírus contamine mais brasileiros. Ele milita, de forma ostensiva, contra o isolamento e distanciamento sociais. Ele contribui militantemente, cotidianamente, para o caos na saúde e na crise sanitária em que o Brasil se encontra.
Isto é fato conhecido e acompanhado por todos os brasileiros e denunciado cotidianamente pelo noticiário político.
“CRISE DE VACINAS”
“É um problema que nós estamos vendo ocorrer recorrentemente. É um boicote ao programa de afastamento social. Lembro aos senhores que nós estamos, neste momento, vivendo novamente uma crise de vacinas, e o afastamento social é a única outra alternativa diante da falta de vacinas”, chamou a atenção o senador cearense.
“Se fosse o caso, eu pediria ao presidente [Bolsonaro] aí que se manifestasse — ou alguém que esteja me ouvindo aí — já que talvez seja o caso de chamar o ministro da Saúde novamente aqui para ver também qual é a reação” dele. Já que, simplesmente, a prática de Bolsonaro colide com as posições do titular da pasta, Marcelo Queiroga.
Novamente, o senador questionou: “qual é a posição que o ministro da Saúde vai tomar em relação à essas aglomerações frequentes feitas pelo presidente?”.
“Lembro que, no Espírito Santo, do [senador] Fabiano [Contarato (Rede-ES)] — que estou vendo aqui —, se tiver uma festinha, a polícia chega lá, fecha e prende. Aqui [no Ceará], nós estamos vendo festinhas todos os domingos, pelo menos, e nada acontece.”
“Eu queria, como estou remoto, que houvesse a sua opinião, presidente [da comissão Omar Aziz (PSD-AM)], sobre esse assunto e a do relator [senador Renan Calheiros (MDB-AL)] também”, cobrou Jereissati.
NOVA CONVOCAÇÃO DE QUEIROGA
Sobre nova convocação do ministro da Saúde, Jereissati pediu opinião da Mesa Diretora dos trabalhos da CPI para sustentar a intenção dele de apresentar requerimento nesse sentido.
“Eu estou pedindo a opinião, se for positiva, para nós darmos entrada no requerimento, chamando o ministro da Saúde novamente para dar uma explicação de qual é a atitude que o ministério pretende tomar”, enfatizou.
“Faça o requerimento”, respondeu o presidente da CPI, senador Omar Aziz.
E acrescentou: “Senador Tasso, para a gente [possa] analisar aqui com os senadores, porque acho que é uma questão realmente… A gente tem feito um apelo ao presidente para que o presidente colabore com a gente em relação a essas atitudes.”