A executiva nacional do PSL decidiu expulsar o deputado federal Alexandre Frota (SP) das suas fileiras, na terça-feira (13).
O deputado foi acusado de infidelidade por manifestar algumas opiniões diferentes de Bolsonaro, além de se abster no segundo turno de votação da reforma da Previdência.
Contudo, segundo o presidente da sigla, Luciano Bivar (PE), a abstenção no segundo turno da votação da reforma da Previdência não foi levada em conta na expulsão de Frota.
Frota também criticou, várias vezes, o guru de Bolsonaro, o astrólogo Olavo de Carvalho, que mora em Virgínia, nos Estados Unidos.
Segundo ele, Bolsonaro deveria dar um “esporro” no guru porque estava atrapalhando o governo.
“A defesa dele é que estava agindo de acordo com a Constituição, com o direito de expressar os pensamentos dele. Mas esquece ele que faz parte de uma instituição, um partido político, e que tem no mínimo que respeitar a hierarquia do partido e o sentimento de unicidade que todo partido procura ter”, disse Bivar.
O pedido de expulsão foi apresentado pela deputada Carla Zambelli (PSL-SP). Na denúncia consta entrevista para uma revista em que Frota diz que Bolsonaro é sua “maior decepção”. Depois recuou. Integravam ainda vários tweets com críticas a Bolsonaro.
Na reunião estavam presentes o senador Major Olímpio (SP), o deputado Felipe Francischini (PR), o deputado Julian Lemos (PB), o líder na Câmara Delegado Waldir (GO) e outros membros. Ao sair da reunião, o senador Major Olímpio não quis comentar se concordava com o resultado.
O estatuto do PSL diferencia infidelidade partidária de “desalinhamento” do filiado com o partido. Por isso, o PSL não irá pedir a cassação do mandato de Frota por infidelidade partidária, já que essa infração não foi constatada, segundo Bivar.
Entre as críticas, Alexandre Frota reclamou de Bolsonaro por não ter apresentado recurso no processo que declarou inimputável Adélio Bispo, que lhe deu uma facada na campanha eleitoral.
Ele também se recusou a convocar protestos favoráveis ao governo, além de tecer várias críticas a Carvalho, guru de Bolsonaro.
Na reunião a deputada Carla Zambeli informou que Frota estava disposto a pedir desculpas e repensar suas declarações.
O PSL ainda está envolto nas denúncias de desvio de dinheiro público do fundo eleitoral, através de candidaturas laranjas, em que o pivô é o atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.
O ministro é denunciado e investigado – com fartura de provas e testemunhas – por comandar o esquema de desvio de dinheiro em Minas Gerais, quando era presidente do diretório estadual do PSL. O caso aconteceu quando Luciano Bivar já era presidente nacional do PSL e foi citado também por candidatura laranja em Pernambuco.
Apesar disso, Marcelo Álvaro Antonio continua ministro, abrigado pelo governo de Bolsonaro. Ver matérias relacionadas abaixo.