Reunião entre os dois partidos ocorreu nesta quarta-feira. “Em princípio, tem uma perspectiva positiva para encontrar consensos em torno daqueles pontos”, disse Juliano Medeiros, presidente do PSOL
A direção do PSOL se reuniu nesta quarta-feira (9) com o PT para discutir os termos de apoio à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto nas eleições de outubro. O partido apresentou uma série de pontos que segundo eles são importantes para o sucesso de um novo governo de Lula.
A decisão do PSOL sobre o apoio ou não à candidatura de Lula será tomada em 30 de abril, data da conferência do partido. “Temos aí dois meses para ir discutindo. Temos tempo, acho que suficiente, para a gente concluir as discussões”, declarou Juliano Medeiros, presidente do PSOL. “Hoje a gente fez uma análise muito preliminar. Em princípio, tem uma perspectiva positiva para encontrar consensos em torno daqueles pontos”, disse.
Ao fim do encontro, a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que “há uma grande disposição dos dois partidos” em fecharem uma aliança para as eleições, mas as discussões agora deverão ser aprofundadas entre as fundações Perseu Abramo (PT) e Lauro Campos e Marielle Franco (PSOL).
“Foi a primeira conversa estabelecida, formal, entre os dois partidos. Há uma disposição grande de ambas as partes de caminhar conjuntamente para enfrentar o Bolsonarismo. Mas para isso acontecer devem ter compromissos de parte a parte”, afirmou Gleisi. “A gente tem tudo para construir este caminho conjuntamente”, afirmou Gleisi.
Entre as condições destacadas pelo PSOL para nortear as discussões com o PT estão: apoio à revogação das reformas trabalhista e previdenciária, e também extinção do teto de gastos; enfrentamento à crise climática com medidas para financiar a transição energética; defesa de um novo modelo de desenvolvimento da Amazônia e desmatamento zero.
O PSOL também quer a garantia de direitos aos povos indígenas, tradicionais e quilombolas; compromisso com uma reforma tributária, que diminua a taxação no consumo de bens essenciais e populares e crie taxação de grandes fortunas. “A nossa expectativa é de que se consiga ter uma incorporação de vários desses pontos na campanha do Lula”, concluiu Guilherme Boulos, pré-candidato do PSOL ao governo de São Paulo.