
Candidato de Lula, o ex-prefeito de Araraquara (SP) comandará o partido pelos próximos 4 anos. Ele defende a modernização da sigla e, ainda, que a legenda trate de assuntos como transição energética e mudanças climáticas
O PT (Partido dos Trabalhadores) elegeu, no último domingo (6) — Edson Antonio da Silva, mais conhecido como Edinho Silva —, novo presidente nacional. Com apoio do presidente Lula (PT), Edinho vai assumir o comando da sigla pelos próximos 4 anos, quando tomar posse em agosto, durante encontro nacional do partido.
Ex-tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff (PT) e ex-ministro, Edinho Silva terá a missão de conduzir o PT em cenário político-eleitoral desafiador, com o pleito presidencial de 2026 no horizonte.
O ex-prefeito de Araraquara (SP) substitui o senador Humberto Costa (PE), que exercia mandato-tampão, e a gestão anterior, de Gleisi Hoffmann, deputada federal licenciada (PR), e atual ministra da SRI (Secretaria de Relações Institucionais).
A eleição de Edinho teve processo manual de apuração, devido ao uso de cédulas de papel, e contou com a ausência dos votos de Minas Gerais, cujo pleito foi adiado e atrasou em 1 dia a divulgação do resultado.
PED
A sigla realizou, no último domingo, o PED (Processo de Eleições Diretas), que escolheu os novos dirigentes do partido em níveis nacional, estadual e municipal.
Na eleição, Edinho superou, com 239.155 votos (73,48%), o deputado federal Rui Falcão (SP), que obteve 36.279 votos ou 11,15%, da corrente Novo Rumo; Romênio Pereira (36.009 ou 11,06%), do Movimento PT; e Valter Pomar (14.006 ou 4,6%), da Articulação de Esquerda.
PERFIL MODERADO
Edinho Silva é visto como quadro político de perfil moderado, defensor da modernização do partido e da ampliação do diálogo com diferentes setores da sociedade.
A chapa de sustentação do novo presidente, ligada à corrente hegemônica, CNB (Construindo Um Novo Brasil), deve garantir a continuidade do grupo na direção e na executiva nacional do PT.
QUEM É EDINHO SILVA
Esta não será a primeira vez que Edinho lidera o PT. Entre 2009 e 2013, ele foi eleito presidente da sigla, com mais de 90% dos votos entre os filiados.
Além disso, foi deputado estadual por São Paulo, de 2011 a 2015, e coordenou a campanha presidencial de Lula, em 2022. Ainda foi ministro-chefe da Secom (Secretaria de Comunicação Social) no governo da ex-presidente Dilma.
FORMAÇÃO
Ele é graduado em Ciências Sociais pela Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Araraquara, com mestrado em Engenharia de Produção pela UFSCar (Universidade Federal de São Carlos).
Antes da eleição, Edinho afirmou que o partido precisa trabalhar para ter o sucessor de Lula.
“O PT precisa se preparar para o pós-Lula, quando o presidente não estiver mais nas urnas. O sucessor do Lula não será um nome, será o PT forte, organizado e totalmente em sintonia com a sociedade brasileira. O PT forte construirá nomes”, disse.
TEMAS RELEVANTES
O ex-prefeito defendeu ainda que a sigla precisa ser atuante em assuntos como transição energética, mudanças climáticas, crise da democracia representativa, segurança pública e precarização do trabalho.
O candidato de Lula reiterou que o êxito do governo federal significa o êxito do partido, e que é necessário manter o espaço de diálogo entre ambas instituições.
“Quando necessário, o PT tem que construir espaços de mobilização social, nas redes [digitais] e nas ruas, para dar sustentação política ao governo. Mas também cabe ao PT, por meio dos movimentos sociais, dos nossos parlamentares, disputar a agenda política do governo”, afirmou.