PT defende “redução drástica dos juros” para desenvolver o país

Diretório se reuniu em Brasília (Foto: Carlos Roberto - PT)

Diretório do partido afirma na sua resolução que é necessário o “enfrentamento ao rentismo, que concentra a renda e limita o crescimento”

O Diretório Nacional do PT defende, em sua resolução política, que o Estado deve ser “indutor do desenvolvimento” com políticas de industrialização e “redução drástica” dos juros para enfrentar o rentismo.

O órgão do partido esteve reunido em Brasília no último sábado (6).

Já discutindo as propostas de Lula para as eleições de 2026, o PT defende que o programa “deve propor reformas estruturais pós-terceiro mandato do presidente Lula, aprofundando e atualizando políticas como a Nova Indústria Brasil, o PAC, a transição ambiental e energética, e sobretudo defendendo uma reforma tributária progressiva e a redução drástica dos juros reais, condições essenciais para retomar plenamente o desenvolvimento nacional”.

A taxa básica de juros (Selic) é controlada pelo Banco Central. Apesar de ter sido indicado por Lula, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, manteve a política de juros altos de seu antecessor, o bolsonarista Roberto Campos Neto.

“Nosso programa precisa articular o papel do Estado como indutor do desenvolvimento”, argumenta o partido, no que esteja inserida “a defesa de uma nova arquitetura econômica mundial democrática e multipolar, e o enfrentamento ao rentismo, que concentra a renda e limita o crescimento”.

O presidente do PT, Edinho Silva, apontou que o partido “está se preparando para uma grande mobilização nacional, porque reeleger o Lula não é apenas um projeto eleitoral — é defender o Brasil, a democracia e o futuro do nosso povo”.

Na avaliação do Diretório Nacional, o bolsonarismo se enfraqueceu com a prisão de Jair Bolsonaro e outros aliados golpistas, mas “mantém alinhamento estratégico com a extrema direita internacional, recebendo apoio político, ideológico, financeiro e comunicacional de redes globais ligadas ao trumpismo”.

Por isso, o partido alerta que nas eleições de 2026 pode haver “tentativas de desestabilização e manipulação digital de larga escala”.

O PT destaca que a nova realidade do mundo, marcada pela “centralidade das plataformas e pela concentração inédita de dados”, mantém “algoritmos opacos” que “definem o alcance e a existência pública das narrativas, favorecendo a extrema direita por meio de dinâmicas que privilegiam conteúdos explosivos e desinformação”.

Por isso, o Partido dos Trabalhadores defende que a regulamentação das big techs é um tema relacionado à soberania nacional. “O Brasil não pode permanecer subordinado ao oligopólio global das big techs, nem permitir que a inteligência artificial seja utilizada para precarizar o trabalho ou burlar direitos históricos da classe trabalhadora”.

A legenda critica o papel da extrema direita, e dos seus governadores, especialmente o de São Paulo, Tarcísio de Freitas.  

“Além do alinhamento global, setores da direita brasileira, especialmente governadores, vêm atuando para sabotar políticas do governo Lula, criando obstáculos à ação federativa em áreas estratégicas como segurança pública, infraestrutura, educação e políticas sociais”, diz o texto aprovado.

 “Entre eles, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, se destaca como principal interlocutor do projeto neoliberal e privatista, transformando São Paulo em laboratório da redução radical do papel do Estado, da entrega de bens públicos e do enfrentamento ideológico ao governo federal”, completa o texto.

A sigla também apontou o fim da escala 6×1 e a segurança pública como prioridades na sua pauta de lutas.

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