“É uma robusta transferência de recursos públicos para as camadas mais abastadas da sociedade”, diz o partido em nota
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que “ninguém aguenta mais a taxa de juros imposta pelo bolsonarista Campos Neto”, presidente do Banco Central, que prejudica o desenvolvimento econômico do país para destinar “lucros astronômicos” aos rentistas.
Para a dirigente, “é preciso reduzir os juros já!”.
O PT divulgou uma nota denunciando que entre janeiro e novembro de 2023 a política monetária de Campos Neto obrigou o governo federal a gastar R$ 654,4 bilhões com juros.
Esse montante significa um aumento de 24% em relação aos gastos de 2022, quando o presidente era Jair Bolsonaro, amigo pessoal e responsável pela indicação de Campos Neto para o BC.
Só essa elevação significa R$ 127 bilhões a menos nos cofres públicos.
Apesar da pressão feita por todos os setores da sociedade, com exceção daqueles que lucram com a especulação, Roberto Campos Neto tem reduzido a taxa de juros básica (Selic) a passos de tartaruga, enquanto estrangula a economia nacional.
Quando Lula assumiu a Presidência, a taxa Selic estava em 13,65% ao ano. Agora, um ano depois e sete reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) depois, está em 12,15%.
A política de juros altos só dá “vantagens para o rentismo e prejuízos para os investimentos federais”, aponta o PT.
“Beneficiados pelos altos patamares da taxa básica de juros (Selic), os especuladores obtêm lucros exorbitantes, enquanto há uma pressão sobre os orçamentos de programas fundamentais para o desenvolvimento econômico e social do país, como o Novo PAC e o Bolsa Família”, continua a nota do partido.
“Nesse cenário, o que se vê é uma robusta transferência de recursos públicos para as camadas mais abastadas da sociedade, em detrimento das políticas voltadas aos brasileiros de menor renda, o que reforça a concentração de renda e torna o país ainda mais desigual”, acrescenta.
Os R$ 654,4 bilhões transferidos para os bancos em 11 meses de 2023 representam quatro vezes o montante gasto com o Bolsa Família no ano passado. Significa também quase o dobro do que vai ser investido, incluindo governo federal, estatais e empresas privadas, no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).