Para discutir os conflitos da Ucrânia e da Síria e o projeto do gasoduto Nord Stream 2, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, visitou a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, no último sábado (18). O encontro foi realizado no Palácio de Meseberg, a 60 quilômetros de Berlim.
Os líderes, que fizeram declarações antes mesmo da reunião acontecer, afirmaram que é prioridade evitar uma catástrofe humanitária na região de Idleb, única que ainda é controlada pelos terroristas na Síria. Putin enfatizou a importância de expandir a ajuda humanitária ao país e apoiar a movimentação dos refugiados sírios que hoje têm voltado para casa.
Segundo Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, os líderes “discutiram profundamente a questão síria. Putin apontou o fluxo crescente de refugiados voltando para casa e pediu aos países europeus que apoiem o processo para torná-lo irreversível”.
O gasoduto Nord Stream-2 também fez parte dos pronunciamentos e da reunião em si. O projeto prevê um duto que transportará anualmente 55 bilhões de metros cúbicos de gás sem precisar passar por território ucraniano, como acontece hoje. Merkel e Putin “discutiram grandes projetos, incluindo o gasoduto Nord Stream-2. Ambos apontaram a natureza comercial e a vantagem competitiva deste projeto. Tanto Putin quanto Merkel concordaram que não estava certo politizar de alguma forma este projeto”, disse Dmitry.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem se posicionado contra o gasoduto. Isso porque está tentando convencer os países europeus a substituir o gás russo por um gás natural liquefeito estadunidense. Porém, Trump afirma somente que a construção fragilizaria a situação geopolítica da Ucrânia.
Os chefes discutiram também a ampliação do comércio entre os dois países. Segundo Peskov, os líderes “ficaram contentes em ver a dinâmica positiva no comércio. No ano passado, registramos um crescimento [comercial] significativo de 23%. A tendência continua neste ano”.
Além disso, Putin e Merkel discutiram a situação especificamente da Ucrânia. Segundo Peskov, eles “trocaram opiniões sobre a situação na Ucrânia. Expressaram o seu desapontamento pelo fato da implementação dos acordos de Minsk ter sido totalmente interrompida. Preocupações com as perspectivas pouco claras de prolongamento da lei que expira sobre o estatuto especial do Donbass, que é um elemento importante dos acordos de Minsk, foi levantada”. O Protocolo de Minsk foi um acordo assinado em 2015 pela Rússia e Ucrânia para tentar dar fim ao conflito no leste ucraniano.