“Não somos nós que nos recusamos a negociar, são eles. Estamos prontos para negociar com todos os envolvidos sobre soluções aceitáveis”, assinalou o presidente Vladimir Putin, no domingo (25) em entrevista ao canal estatal Rossiya 1.
Putin enfatizou que a Rússia defende o diálogo, está empenhada em buscar saídas para o conflito militar na Ucrânia, enquanto o vizinho e os Estados Unidos mais países europeus persistem, equivocadamente, no caminho oposto.
Putin explicou que “99,9% de nossos cidadãos, nosso povo, está pronto para dar tudo pelos interesses da Pátria. Não há nada incomum para mim aqui”.
“Isso só mais uma vez me convence de que a Rússia é um país único e que temos um povo excepcional. Isso foi confirmado ao longo da história da existência russa”, acrescentou.
“QUEREM SEPARAR A RÚSSIA HISTÓRICA”
Liderado pelos Estados Unidos, esclareceu o líder russo, o bloco ocidental vem tentando de todas as formas dividir ucranianos e russos para tomar de assalto as suas imensas riquezas. “Na verdade, o fundamental aqui é a política de nossos oponentes geopolíticos que visa separar a Rússia, a Rússia histórica”, enfatizou.
Foi com este propósito, alertou Putin, que o Ocidente iniciou o conflito em 2014, derrubando o presidente constitucional eleito da Ucrânia, Viktor Yanukovich, colocando em seu lugar uma marionete e começando, desde então, um período de assassinatos, atentados à democracia e à soberania.
Logo depois, como resposta, a Rússia integrou a Crimeia – após plebiscito com os cidadãos locais – e as forças independentistas começaram a lutar no leste da Ucrânia. Foi só em 24 de fevereiro de 2022 que, atendendo ao clamor das populações de regiões ucranianas que se opunham aos desmandos fascistas e à perseguição aos de fala russa, que a Rússia concorda em incorporar território antes sob o jugo de Kiev.
Com incentivo e sustentação dos EUA e de países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) começa então o conflito europeu mais sangrento desde o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, e o maior confronto entre Moscou e o bloco imperialista desde a Crise dos Mísseis em Cuba, em 1962.
“DEFESA DOS INTERESSES NACIONAIS”
“Acredito que estamos agindo na direção certa, estamos defendendo nossos interesses nacionais, os interesses do nosso povo. E não temos outra escolha a não ser proteger os nossos cidadãos”, sublinhou Putin.
Para o presidente russo, a “operação militar especial”, é um divisor de águas contra o bloco ocidental. Questionado sobre a gravidade do conflito, avaliou que não acredita “que seja tão perigoso”.
Na frente militar, ataques certeiros da Rússia a posições estratégicas na linha de frente vêm tornando cada vez mais débil e incapaz de seus intentos o governo do presidente ucraniano Volodymir Zelensky.
Diante do fracasso iminente, Zelensky esteve nesta semana nos Estados Unidos esmolando em favor de mais assessores militares, dinheiro e armas. Tudo em sua vassalagem à ilusão de perpetuação do mundo unipolar sob o domínio de Washington.
Fortalecendo esta concepção, o diretor da CIA, William Burns, disse que a avaliação da agência norte-americana de terrorismo de Estado, é que a Rússia não leva a sério as negociações reais.
Seguindo a toada da CIA, um assessor do presidente ucraniano, elevou o tom para justificar a contribuição estadunidense, declarando, para os monopólios de mídia propagandearem, que a “Rússia atacou sozinha a Ucrânia, está matando cidadãos, não quer negociações e tenta evitar responsabilidades”. Palavras sob medida para justificar a injeção da indústria da morte, como o ‘‘cheque” imediato de US$ 1,8 bilhão e de uma bateria antiaérea Patriot, sabidamente ultrapassada. Um recurso parco dadas as dimensões do conflito e do poderio militar russo.
Além do que, a bateria Patriot, vai demorar a ser entregue e será gasto um tempo mais no adestramento de ucranianos para o seu uso.
Para o embaixador russo nos EUA, Anatoly Antonov, “a visita de Zelensky e as conversas que ele manteve em Washington mostraram que nem o governo Biden, nem Kiev estão prontos para a paz, mas estão focados na guerra, na morte de soldados rasos e na vinculação do regime ucraniano ainda mais fortemente aos interesses estadunidenses”.