ISO SENDACZ (*)
No domingo tivermos o prazer e a honra de rever o emérito professor fluminense Luiz Pinguelli Rosa moderar o debate sobre a necessidade de união nacional pela democracia. O leque de convidados contemplou não só o Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, como também um ministro do Supremo Tribunal Federal e um Governador de Estado.
Na véspera estiveram reunidos pelos Direitos Já dois governadores, um ex-presidente da República, um ex-Ministro do STF e o Presidente do Congresso Nacional e mais cedo no próprio domingão da democracia conversaram um grupo de ex-candidatos à Presidência da República.
Todas essas figuras do Poder e das Instituições nacionais trocaram ideias porque a situação é grave. A contaminação e as mortes seguem em alta, a ajuda federal chega a conta-gotas e sem comida na mesa a democracia fica ameaçada.
É claro que há figuras proeminentes que ainda não alcançaram a consciência de quais forças são necessárias, inclusive armadas, para conter as agressões à vida e ao livre pensar e desenvolver do Brasil. Divergências entre segmentos da sociedade houve e haverá no futuro, mas para discutir o caminho a seguir é preciso estar vivo e haver alternativas para escolher entre elas.
Os três debatedores divergiram sobre questões econômicas como a previdência social? É verdade. Mas Gilmar Mendes, Flávio Dino e Felipe Santa Cruz foram unânimes em reconhecer a brutal desigualdade que impera no Brasil como motivo de vergonha da condução pública dos negócios nacionais, que demanda profunda reforma tributária como mecanismo distribuidor de renda.
Houve opiniões diversas sobre presidencialismo e parlamentarismo? Sem dúvida. Mas os juristas entenderam que a única ditadura que cabe no Brasil é a da Lei, consignada primeiramente na Constituição da República Federativa do Brasil.
Todos concordaram que o Presidente da República é o Comandante em Chefe das Forças Armadas? Por suposto que sim. Para assegurar que elas cumpram seu dever de garantir a soberania nacional e disciplinar setores subordinados que eventualmente se desviem por caminhos milicianos.
Felipe Santa Cruz foi feliz em concluir que é preciso abrir o coração à generosidade, fazer fluir naturalmente o rio para nos proteger do fascismo. Caminho que foi indicado pelo governador do Maranhão: a frente é ampla, para além do estamento político, sem excluí-lo.
Se todos quisermos, vamos em frente ampla fazer deste imenso país uma grande Nação!
(*) Engenheiro Mecânico pela EESC-USP, Especialista aposentado do Banco Central, diretor do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central e do Instituto Cultural Israelita Brasileiro, membro da direção estadual paulista do Partido Comunista do Brasil. Nascido no Bom Retiro, São Paulo, mora em Santos.