O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), reuniu-se com o editor-chefe do WikiLeaks, Kristinn Hrafnsson, e discutiu a liberdade de imprensa e a luta pela liberdade de Julian Assange, fundador do site que divulgou crimes cometidos pelo governo dos Estados Unidos.
Lula reafirmou sua posição: “que Assange seja solto de sua injusta prisão”.
O presidente eleito se reuniu de maneira privada com Kristinn Hrafnsson e com o editor Joseph Farrell. “Me informaram da situação de saúde e da luta por liberdade de Julian Assange. Pedi para que enviassem minha solidariedade”, disse Lula através de suas redes sociais.
O WikiLeaks lançou uma nota dizendo que a reunião aconteceu “para discutir a condição da detenção de Julian Assange por suas publicações no WikiLeaks em que expõe evidências de crimes governamentais, corrupção no mais alto nível e flagrantes crimes de guerra”.
A delegação do WikiLeaks também se reuniu, na terça-feira (29), com o senador Humberto Costa (PT-PE), presidente da Comissão de Direitos Humanos no Senado.
O senador afirma que “a temeridade de sua extradição [de Julian Assange] aos EUA será algo paradigmático para os direitos humanos. Vou organizar, na Comissão de Direitos Humanos do Senado, uma audiência sobre o caso”.
Julian Assange está preso na Inglaterra e luta para não ser extraditado para os Estados Unidos.
A delegação ainda se reuniu com a deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP), que já foi senadora e ministra do Meio Ambiente. Para Marina, “nós não podemos salvar o mundo de um desastre climático sem transparência”.
Enquanto fundador do WikiLeaks, Assange foi o responsável pela divulgação de milhares de documentos oficiais e confidenciais do governo dos Estados Unidos que confirmam o cometimento de crimes de guerra no Afeganistão e no Iraque, além de espionagem contra dezenas de líderes mundiais.
O WikiLeaks divulgou dados que apontam que a Agência Nacional de Segurança (NSA, em inglês) grampeou um telefone que era utilizado por Dilma Rousseff quando era presidente da República. Ao todo, 29 membros do governo brasileiro foram espionados.
O governo dos Estados Unidos também espionava o então secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon.
Assange divulgou vídeos e documentos que comprovam que os Estados Unidos realizavam, de forma organizada, torturas no Afeganistão e no Iraque. Os EUA também assassinaram dezenas de milhares de civis.
Os EUA lideram uma perseguição mundial contra Julian Assange por ter divulgado seus crimes, pedindo extradição para que seja condenado à prisão perpétua ou à pena de morte.
No dia 3 de maio, Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, jornalistas de todo o mundo fizeram ações em defesa da liberdade de Julian Assange. No Brasil, um manifesto assinado pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI), pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e por dezenas de outras entidades condena a perseguição dos EUA e defende a liberdade para Julian Assange.