“Queiroz era diretor financeiro de uma holding familiar dos Bolsonaro”, diz Olimpio

Senador Major Olimpio, do PSL. Foto: Marcos Oliveira - Agência Senado

“O presidente está comprando os partidos para não ter votação pelo impeachment”, afirmou o senador, em entrevista à revista Época

O senador Major Olimpio (PSL-SP) criticou, nesta quarta-feira (15), a distribuição fisiológica de cargos públicos feita pelo governo federal para tentar conseguir apoio para suas propostas no Congresso Nacional. Ele diz, inclusive, que um dos objetivos do novo “toma-lá-dá-cá” seria se defender de processos, já que há inquéritos em andamento, envolvendo o presidente.

“Bolsonaro está comprando os partidos para não ter votação pelo impeachment”, afirmou o senador, em entrevista à revista Época.

O senador falou também do envolvimento dos filhos de Bolsonaro em ilícitos e disse que se decepcionou com o que viu.

“Me desencantei com a política. Essa decepção que estou sentindo hoje vai ser a do povo brasileiro. É questão de tempo. Eu nunca pude supor que esse negócio do (Fabrício) Queiroz. Ele era o diretor financeiro de uma holding familiar dos Bolsonaro. Basta o Queiroz abrir a boca e o Brasil vai ficar abismado com as coisas”, afirmou o parlamentar.

Na entrevista, o senador Olimpio chegou a explicitar que as conversas entre Jair Bolsonaro e Luciano Bivar seriam para “disponibilizar cargos para o partido numa ação conduzida pelo vice-presidente do partido, Rueda, o senador Flávio Bolsonaro e o líder do governo na Câmara, (Felipe) Francischini”.

“O presidente saiu do partido arrebentando o Bivar e cada um de nós, fazendo com que a opinião pública pensasse que o partido era um antro de criminosos quando, na verdade, eram os filhos dele, ele mesmo e advogados inescrupulosos que estavam querendo se apoderar do partido por questões financeiras. (…)”.

“Convenceram o Bolsonaro a ir atrás do Bivar e ele está buscando o PSL da mesma forma que buscou aproximação com outros partidos recentemente”, afirmou o senador.

Ele ainda questionou o motivo de nomes como Eduardo Bolsanaro, Carla Zambelli, Bia Kicis ainda estarem no PSL, “partido que acusaram tanto”, e, hoje, disse não se ver parte da legenda.

“Eu vi o próprio presidente e seus filhos acusarem o partido de ser laranja enquanto o maior laranja do PSL continua ministro do Turismo”, disse, em referência ao ministro Marcelo Álvaro Antônio, investigado por suspeita de liderar um esquema de candidaturas laranjas dentro do PSL.

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