ISO SENDACZ (*)
Escrevo estas apressadas linhas para registrar que o Brasil amanheceu hoje sem a sanção presidencial ao projeto de ajuda emergencial àqueles que estão e devem ficar em casa.
O custo da ajuda mínima é de módicos R$ 14,4 bilhões por mês, algo que qualquer dos dez maiores bilionários do país dispõe para gastar.
O programa todo, de otimistas três meses para a retomada do emprego de ontem, representa cerca de 10% das despesas financeiras do ano, endereçadas à gente que pode esperar um pouco para receber os juros.
Mas o que o Presidente tem feito é desobedecer os médicos e incentivar as aglomerações de hordas de seguidores nas ruas, de resto expondo a polícia mais ainda ao vírus e lotando a cadeia de infringentes ao artigo 268 do Código Penal.
Ainda que a proposta original tenha sido triplicada no debate do Congresso, nestas últimas semanas o governo federal não preparou o sistema de processamentos de dados para a imediata concessão do benefício.
Se incertezas tínhamos quando publicamos Eugenia ao Cubo e líamos sobre os transtornos mentais de Bolsonaro, a indesculpável demora em colocar comida no prato dos brasileiros nos leva à certeza de que ele não está à altura do cargo.
Afinal, se salvar vidas é o centro da luta, é justo dizer que quem tem fome tem pressa. E prioridade.
(*) Engenheiro Mecânico, Especialista aposentado do Banco Central, diretor do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central, do Instituto Cultural Israelita Brasileiro e membro da direção estadual paulista do Partido Comunista do Brasil. De São Paulo, mora em Santos.
Reproduzido do blog