Lula recebeu relatório da transição. O presidente fez questão de ressaltar que foi eleito por uma frente ampla e que isso deve estar representado no governo. Ele agradeceu a Arthur Lira e Rodrigo Pacheco pela aprovação da PEC
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva iniciou sua fala na solenidade de entrega do relatório final da transição nesta quinta-feira (22) agradecendo aos deputados e senadores que aprovaram a PEC da Transição. Ele fez uma agradecimento especial aos presidentes da Câmara e do Senado, deputado Arthur Lira e senador Rodrigo Pacheco, respectivamente.
Em nome do seu vice, Geraldo Alckmin, agradeceu a todos os participantes dos grupos da transição que participaram, em sua grande maioria de forma voluntária, daquilo que Lula chamou de transição mais democrática e barata da história do país. Ele destacou que a PEC foi feita para resolver os problemas deixados pelo atual governo que, segundo ele, preferiu mentir o tempo todo ao invés de governar.
Lula disse que está disposto a fazer mais e melhor do que fez em governos anteriores. Conclamou a todos os que ajudaram a elegê-lo a participarem de seu governo e ajudá-lo a reconstruir o Brasil e atender aos mais necessitados. Lula fez questão de ressaltar que foi eleito por uma frente ampla e que isso deve estar representrado no governo.
Ele conclamou também a que todos se preparem para “trabalhar muito”. “Não haverá descanso nos próximos anos”. Espero que vocês nos ajudem cobrando e criticando porque, quando não há críticas , nós achamos que estamos acertando e muitas vezes estamos errando. Uma coisa é certa, “nós não precisamos de puxa-sacos”, precisamos de pessoas que apontem os problemas e nos ajudem a resolvê-los.
O vice Geraldo Alckmin fez a abertura dos trabalhos destacando que foi o trabalho mais democrático, participativo e barato que já se fez numa transição de governo. Foram assinaladas também a presença de técnicos com peso na academia e no serviço público. Alckmin apontou que o novo governo recebe o país com retrocessos em várias áreas. “Recebemos o país mais triste e numa situação mais difícil”, disse Alckmin.
“Na Educação houve um retrocesso grande. Piora da aprendizagem, aumento da evasão escolar e congelamento da merenda escolar”, denunciou, lembrando também o colapso dos Institutos Federais e das Universidades.
Na Saúde, Alckmin lembrou que o Brasil era exemplo para o mundo em termos de vacinação e que retrocedeu. Ele denunciou que 50% das crianças não tomaram a vacina de reforço contra a paralisia infantil. ‘O Brasil tem 2,5% da população mundial e teve 11% dos mortos por Covid”, apontou Geraldo Alckmin. Ele agradeceu o fato de boa parte dos recursos da PEC serem destinados à Saúde.
O vice-presidente eleito afirmou que 90% dos recursos da Cultura foram cortados no governo Bolsonaro prejudicando um setor que, além de servir à transformação da sociedade, emprega milhares de pessoas. Alckmin também criticou a distribuição de armas que, segundo ele, foi responsável pelo aumento dos feminicídios no país.
Na agricultura, Alckmin destacou a destruição da política de abastecimento. Houve redução de estoques de arroz contribuindo para a elevação dos preços e a insegurança alimentar. Na infraestrutura, houve, segundo o relatório, cortes na manutenção das estradas, num país que tem 5 mil km de estradas.
Na habitação o governo Bolsonaro zerou a faixa 1, destinada a quem ganha menos de R$ 1.800 de salário. Na Transparência, 26% dos pedidos de informação foram negados e se criaram os sigilos centenários. No meio ambiente, houve 59% de aumento no desmatamento de 2019 a 2022. Grileiros de terra elevaram as queimadas em 1.216%, segundo o relatório da transição.
A atuação do Brasil no mundo retrocedeu. O país ficou fora das grandes decisões. Nem sequer pagou as taxas de organismos internacionais. Alckmin apontou também o desmonte do Estado brasileiro. Ele afirmou que 14 mil obras paradas não é austeridade, é ineficiência de gestão.
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