“O principal componente do déficit nominal nas contas do país é o pagamento de juros da dívida pública”, denuncia presidente do PT. “É esse escândalo que devia estar em manchetes e não uma comparação indevida com outros países”
A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, denunciou que o principal gasto público em 2024 foi com juros, chegando a R$ 918 bilhões, ou 7,85% do PIB do país, e afirmou que “esse escândalo devia estar em manchetes”.
Ela classificou a política monetária atual como “suicida que estrangula a economia”.
“O principal componente do déficit nominal nas contas do país é o pagamento de juros da dívida pública que já consome 7,7% do PIB”, escreveu a dirigente nas redes sociais.
Com o último aumento na taxa básica de juros (Selic) feito pelo Banco Central, passando para 12,25%, o Brasil passou a ter o segundo maior juro real do mundo. Juro real é a taxa do juro com desconto da inflação.
A Turquia, líder do ranking global, tem 13,3%. O Brasil vem logo em seguida com 9,48% de juro real, com mais de um ponto sobre o terceiro lugar.
Entre janeiro e novembro de 2024, o Brasil gastou R$ 918 bilhões com juros. Este montante, que segundo o BC é referente a 7,85% do PIB, está diretamente relacionado com a taxa básica de juros estabelecida pelo órgão.
Para Gleisi, “é esse escândalo que devia estar em manchetes e não uma comparação indevida com outros países, como fazem editoriais do Globo e Valor”. A dirigente se refere ao editorial publicado pelo Globo que compara o Brasil com outros 23 países emergentes e desenvolvidos e afirma que o país é “o segundo pior nas contas públicas”.
“Ao contrário do Brasil, outros países não estão submetidos a uma taxa de juros estratosférica, a segunda maior do planeta em termos reais, imposta por um BC indicado pelo governo derrotado nas eleições”, continuou a presidente do PT.
O último aumento foi feito sob a gestão do bolsonarista Roberto Campos Neto no Banco Central. O novo presidente, Gabriel Galípolo, foi indicado por Lula e vai presidir a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) nos dias 28 e 29 de janeiro.
“O nome disso é desinformação, em nome da manutenção de uma política monetária suicida que estrangula a economia. É desconhecer o enorme esforço fiscal que levou o governo a reduzir o déficit primário a 0,1% em 2024”, completou Gleisi.