
Milhares de pessoas vindas de várias cidades e províncias do Marrocos participaram de uma manifestação na capital Rabat contra a condenação de 53 pessoas por participarem de um protesto na cidade de Rif contra o governo do rei Mohamed IV exigindo melhores condições de emprego e salários.
A sentença de prisão foi determinada no último dia 27 de junho por um tribunal de primeira instância em Casa Blanca.
Ahmed Zafzafif, pai de Nasser Zafzafi, o organizador dos protestos em Rif condenado a 20 anos de prisão fechada, foi um dos organizadores da manifestação em Rabat que reuniu mais de 8.000 participantes neste domingo (15).
“Esta é a voz do povo, o governo está escondido” gritavam os manifestantes enquanto caminhavam portando cartazes com suas reivindicações e bandeiras do Marrocos.
Na semana passada houve duas marchas em Casa Blanca contra as prisões que reuniu movimentos progressistas da sociedade civil e de esquerda, grupos de jovens berberes, e até conservadores islâmicos como o grupo “Justiça e Espiritualidade” que também participaram dos atos de domingo em Rabat. Um grupo de jovens com bandeiras com fotos de Che Guevara exigiam em seus cartazes “democracia, liberdade e laicismo”.
Dos 53 condenados 4 foram sentenciados com 20 anos de prisão, 3 manifestantes sofreram 15 anos de condenação e 6 pessoas foram condenadas a 10 anos de prisão fechada. 9 pessoas foram condenadas a 5 anos de prisão e as demais a 3 anos inclusive um jornalista por não ter denunciado que a manifestação aconteceria. Todos condenados por crime contra a segurança contra o Estado.
Em 2016, um vendedor de peixe foi morto triturado num caminhão de lixo ao tentar recuperar sua mercadoria confiscada pela polícia de Rif. O vídeo feito por celulares viralizou na internet e desde então vêm ocorrendo protestos e manifestações em várias cidades importantes do Marrocos contra o governo monárquico de Mohamed IV.
Os manifestantes de Rabat neste domingo exigiam a revogação das penas e a liberdade dos 53 condenados da cidade de Rif.
R. C.