No momento em que a cidade de Nazaré se prepara para a celebração do Natal, muros da cidade amanheceram, no dia 17, pichadas com palavras de ódio racista de “morte aos árabes” e “a terra de Israel pertence ao povo de Israel”, escritas na língua hebraica.
Nazaré (onde, segundo o cristianismo, Jesus foi anunciado a Maria) é a maior cidade que permaneceu árabe dentro das fronteiras de Israel após a implantação do Estado, em 1948. Ela possui 61% de cristãos árabes e 39% de muçulmanos em sua população.
A pichação, segundo reporta a agência palestina de notícias Wafa, é assumida por um grupo extremista judaico que se denomina “Tag Mehir” (“Preço da cobrança”), que costuma vandalizar propriedades e carros de árabes em diversas cidades israelenses.
As cidades árabes israelenses de Nazaré, Kafr Qassem e Um El Fahem, são diversas vezes molestadas com esse tipo de agressão racista.
Residentes de Nazaré pedem que políticos israelenses parem de incitar contra cristãos, muçulmanos e exigem da polícia que suas cidades sejam protegidas.
Segundo a agência Wafa, ninguém foi detido pelas pichações e a polícia israelense não ativou investigações a respeito, apesar dos pedidos de palestinos residentes em Nazaré.
BELÉM
No mesmo dia 17, soldados da ocupação israelense perpetraram uma razia na cidade de al-Khader, na vizinhança da cidade de Belém, resultou em protestos que os soldados reprimiram com balas de aço cobertas com borracha, bombas de percussão e de gás lacrimogêneo.
Na faixa de Gaza, naves da guarda costeira israelense abriram fogo contra barcos de pescadores apreendendo 3 barcos e ferindo o pescador Mohammed Falah abu Riyalah, de 19 anos, prendendo o ferido e seu parceiro de pesca, Mohammed Salah. Os ataques a barcos de pesca em Gaza são parte constante da prática de molestar e agredir palestinos nos territórios bloqueados ou ocupados por Israel. A agressão recrudeceu depois que os palestinos iniciaram os protestos diários contra o bloqueio a Gaza, denominados “Marcha do Retorno”. Na repressão à marcha, mais de 10 mil palestinos já ficaram feridos.