
Ex-diretor da Abin e outros traidores da pátria fazem exatamente o que Trump quer: confundir traficantes com organizações terroristas para justificar uma invasão de tropas americanas
O deputado, e réu por tentativa de golpe, Alexandre Ramagem, vinha articulando, junto com outros criminosos bolsonaristas, antes de ser alcançado pelos braços da Justiça, uma manobra parlamentar que abriria espaço para uma intervenção militar dos Estados Unidos no Brasil.
A ideia era fazer no Brasil exatamente o que a Casa Branca está fazendo na América do Sul e no Caribe com a presença de navios de guerra nas costas da Venezuela para supostamente combater o narcotráfico. Bombardeiam barcos de pescadores e ameaçam invadir o país a pretexto de combater supostos traficantes. Eles fazem isso, na verdade, porque estão de olho na maior reserva de petróleo do mundo, que, coincidentemente, fica na Venezuela.
Ramagem foi relator do projeto 1283/2025. Um projeto que faz exatamente o que o governo Trump quer: confundir crime organizado com terrorismo. A Casa Branca pretende misturar e confundir “milícias, facções, organizações paramilitares, grupos criminosos ou esquadrões” — incluindo aqueles ligados ao narcotráfico, como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) — com organizações “terroristas” para agredir os países da região. Querem criar o mesmo pretexto para agredir também no Brasil.
O réu Alexandre Ramagem foi escolhido para a relatoria do citado projeto no dia 19 de maio, quando ele já estava como réu do “núcleo crucial” da trama golpista. Três meses depois, o relatório do golpista e ex-diretor da Abin foi aprovado com apoio de outros cúmplices do golpe que controlam a comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara. O projeto de lei é tão servil que cita, nominalmente, o “governo Trump” como modelo a ser seguido.
Condenado pela tentativa de golpe, Ramagem foi afastado da relatoria e, em 10 de setembro, a proposta mudou para as mãos de outro apologista do golpe, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG). Ferreira é um dos fascistas mais histéricos do Congresso, e um outro bajulador de Donald Trump.
Os bolsonaristas foram completamente desmascarados como agentes do governo americano contra o Brasil nos episódios das sanções e do tarifaço. O filho de Bolsonaro, Eduardo, conhecido no Brasil como “bananinha”, foi até morar nos EUA para bajular Trump mais de perto e conspirar contra a economia brasileira. A Comissão de ética da Câmara já está providenciando a sua cassação por crimes contra a soberania nacional.