Irmãos Brazão são denunciados por mandar matar Marielle
O candidato bolsonarista à Prefeitura do Rio de Janeiro, Alexandre Ramagem (PL), recebeu o apoio de Eduardo Cunha e Anthony Garotinho, que já foram condenados e presos por corrupção, e de familiares dos mandantes do assassinato de Marielle Franco, Domingos e Chiquinho Brazão.
Os apoios foram declarados durante a convenção do Republicanos no Rio de Janeiro. O partido na cidade é presidido por Eduardo Cunha.
Kaio Brazão, filho de Domingos Brazão e candidato a vereador, e o deputado estadual Pedro Brazão, irmão mais velho dos mandantes do assassinato, estiveram no evento para apoiar Ramagem.
Eduardo Cunha, que presidiu a Câmara dos Deputados, já foi condenado diversas vezes por corrupção.
Através da Lava Jato, Cunha recebeu sua primeira condenação, de 15 anos e quatro meses de prisão, em 2017 pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
A segunda foi em 2018, levando uma pena de 24 anos e dez meses por receber propina de empresas que queriam a liberação de verbas do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS).
Em 2020, ele foi condenado por desviar recursos da Petrobrás e da Caixa Econômica Federal e usar a “Assembleia de Deus” para lavar dinheiro. Neste caso, a condenação foi de 15 anos e 11 meses de prisão.
Na convenção partidária, Eduardo Cunha falou que o Republicanos vai “participar ativamente do debate da candidatura majoritária” de Alexandre Ramagem.
Já o ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, foi condenado pela compra de votos usando o programa “Cheque Cidadão” para beneficiar seus aliados. A condenação foi confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), Garotinho também participou de um esquema de corrupção em contratos para a construção de casas populares entre 2008 e 2014. As provas do caso foram anuladas pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Domingos e Chiquinho Brazão, cujos familiares declararam apoio a Ramagem, foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) por planejar e ordenar o assassinato de Marielle Franco.
O nome dos dois surgiu na investigação com a colaboração premiada de Ronnie Lessa, réu confesso por executar o crime. Os irmãos Brazão estão presos.
O próprio Alexandre Ramagem está sendo investigado pela Polícia Federal por ter, enquanto chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo Bolsonaro, criado um esquema paralelo de espionagem ilegal contra adversários do ex-presidente.