“Ramos, não. General Ramos”, disse o ministro da Casa Civil para Pazuello após reunião tensa

Eduardo Pazuello e o general Luiz Eduardo Ramos. Fotomontagem - Reprodução

O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e o atual ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, foram protagonistas de uma situação constrangedora no Palácio do Planalto logo após a saída do ex-chefe da pasta da Saúde.

A coluna de Lauro Jardim, no jornal “O Globo”, relata que ao final de uma reunião tensa, com a presença de Jair Bolsonaro, na qual foram tratadas as denúncias feitas por Pazuello de que ele estaria deixando o posto por pressão política após sofrer “boicote”, os generais se estranharam.

Segundo o colunista, o tempo esquentou quando o ex-ministro da Saúde tentou retomar uma conversa com o titular da Casa Civil chamando-o pelo nome. “Ramos, não. General Ramos. Você é general de divisão, eu sou de Exército e não vou falar com você”, teria respondido o ministro.

O jornalista comenta que a conversa acabou por aí, lembrando um episódio que marcou a passagem de Pazuello pelo Ministério da Saúde. Meses atrás, quando Bolsonaro ordenou o cancelamento de um contrato para a compra da vacina CoronaVac, imunizante contra Covid-19 produzido pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, o então ministro descartou a possibilidade de discordar do chefe. “É simples assim: um manda e o outro obedece”, disse Pazuello na ocasião.

Após um mês fora do cargo, o ex-ministro da Saúde corre o risco de enfrentar dissabores ainda maiores. Sem função definida no governo e sem a prerrogativa de foro privilegiado, pode acabar no centro das investigações da CPI da Pandemia.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) vai apurar as ações do governo federal no enfrentamento da pandemia, em especial aquelas relacionadas à crise sanitária do Amazonas na gestão Pazuello, quando o Estado passou por um colapso na rede de saúde com falta de insumos e oxigênio para os pacientes internados.

O general Luiz Eduardo Ramos sofreu uma queda na sexta-feira (9) durante a posse do almirante Almir Garnier Santos no comando da Marinha. Ao se sentar, o ministro errou a forma correta a altura da cadeira e tombou.

A assessoria da Casa Civil informou que o general não se machucou e que a queda não foi de uma altura grande. As imagens do acontecimento foram registradas pela TV Brasil, emissora pública do governo federal.

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