O vice-presidente da CPI da Pandemia, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), relatou que da parte do governo “existem algumas ações que parecem claramente manobras dispersivas para tentar criar um caos na investigação para, como fim, não investigar nada”.
“Nós não podemos cair nesse tipo de provocação”, alertou.
“Essa CPI tem um foco: investigar os fatos que levaram ao agravamento da pandemia. Os fatos, esses sim, levarão à responsabilização das pessoas”, afirmou Randolfe.
O senador contou que algumas “provocações” estão sendo jogadas, como convocar o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), para depor, o que seria inconstitucional.
Para Randolfe Rodrigues, a proposta mostra “desconhecimento cabal da Constituição Federal”.
DEPOIMENTO DOS EX-MINISTROS
Ao UOL, Randolfe Rodrigues listou algumas das perguntas que podem ser feitas aos ex-ministros da Saúde que serão convocados para depor. Para Pazuello, que deixou o cargo em março e teve a gestão marcada por negacionismo e atraso na compra de vacinas, Randolfe perguntará:
– Quais medidas que o Governo Federal adotou para realizar o distanciamento social, campanhas de comunicação para o uso de máscaras e ajudar no enfrentamento da pandemia?
– Qual medida Pazuello adotou para convencer o presidente sobre a importância desses tópicos?
– Por que o Governo e o Ministério não realizaram a compra de vacinas da Pfizer no ano passado?
– Quais recomendações o Pazuello fez ao presidente em relação as vacinas oferecidas ao país?
– Por que a Saúde atrasou as negociações com o Instituto Butantan para as aquisições da vacina CoronaVac?
Aos ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, que deixaram o governo Bolsonaro por defender o distanciamento social e serem contra o uso de medicamentos sem eficácia contra a Covid, o senador sugere as perguntas:
– Quais medidas foram adotadas pelo Governo Federal e Ministério da Saúde no mandato de ambos?
– Desde quando o Governo Federal tinha conhecimento da chegada e da ameaça do vírus no país?
– Quais medidas foram adotadas para que fossem tomadas as barreiras sanitárias necessárias a proteção dos brasileiros?
– Quais medidas eles adotaram como ministros da Saúde?
– Quais medidas eles recomendaram, como ministros da Saúde, e quais foram negadas pelo Governo do presidente Jair Bolsonaro?
“Para o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, eu considero importante saber por que, mais de uma vez, as perspectivas datas do programa de imunização foram atrasadas, de modo que todos os grupos prioritários só terminarão de ser vacinados em setembro”, completa.
No caso do depoimento do atual presidente da Agência nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, o senador Randolfe Rodrigues disse que as perguntas devem ser no sentido de que sejam explicados os protocolos para a aprovação ou não de uma vacina no Brasil e o tempo exato que a Agência levou para aprovar a CoronaVac.
Esse desgoverno está num beco sem saída é checkmate.