Randolfe pede ao STF para investigar compras de 51 imóveis com dinheiro vivo pela família Bolsonaro

Senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Foto: Reprodução

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentou um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para que a família Bolsonaro seja investigada por ter comprado 51 imóveis em dinheiro vivo, o que indica lavagem de dinheiro.

Questionado sobre o caso, Jair Bolsonaro falou: “Qual o problema? Investiga, meu Deus do céu”.

Para Randolfe Rodrigues, “só enriquece na política e constrói esse patrimônio quem está roubando. (…) Estou convencido que teve ladroagem e roubo de alguma forma”.

“O salário de um parlamentar não justifica esse patrimônio milionário. É direito de todos os brasileiros a transparência sobre o uso indevido do dinheiro público”, continuou.

No pedido, o senador aponta a necessidade de “medidas acautelatórias indispensáveis ao esclarecimentos dos fatos, como o bloqueio de contas e a busca e apreensão dos telefones celulares e computadores utilizados, a sua perícia e a imediata publicidade sobre os conteúdos que digam respeito ao manifesto interesse público”.

Ele pediu que sejam colhidos depoimentos de Jair Bolsonaro e seus três filhos parlamentares, Flávio, Eduardo e Carlos.

Desde a década de 1990, Jair Bolsonaro e seus familiares já negociaram 107 imóveis, sendo que 51 destes foram pagos total ou parcialmente com dinheiro vivo.

No total, foram utilizados R$ 13,5 milhões em espécie. Atualmente, com a correção do IPCA, a quantia seria de R$ 25,6 milhões.

Jair Bolsonaro mantinha em seu gabinete um esquema de rachadinha, se apropriando do salário de funcionários fantasmas da Câmara dos Deputados. Esse é o caso da “Wal do Açaí”, assessora que nunca esteve na Câmara e que sacava em espécie entre 83% e 95% de seu salário.

A Veja publicou áudios do amigo de Jair Bolsonaro, Waldir Ferraz, contando como era organizado o esquema criminoso.

“A jogada dela era a seguinte. Ela chegava para você: ‘quer ganhar um dinheiro? Te dou R$ 1 mil por mês. Me empresta seu documento aí’. Pegava a carteira do cara que estava entrando na Câmara, recebia R$ 8 mil, R$ 10 mil, e dava R$ 1 mil para o cara”, falou Waldir.

A ex-cunhada de Jair Bolsonaro, Andrea Siqueira Valle, foi gravada admitindo que sabia do esquema criminoso e dizendo que seu irmão, André Siqueira Valle, que era assessor de Bolsonaro, foi demitido porque não devolvia dinheiro suficiente.

“O André deu muito problema porque ele nunca devolveu o dinheiro certo que tinha que ser devolvido, entendeu? Tinha que devolver R$ 6 mil, ele devolvia R$ 2 mil, R$ 3 mil. Foi um tempão assim, até que o Jair pegou e falou: ‘Chega. Pode tirar ele porque ele nunca me devolve o dinheiro certo’”.

Jair Bolsonaro organizou o mesmo esquema no gabinete de seus filhos Flávio, Eduardo e Carlos.

Ele designou sua então esposa, Ana Cristina Siqueira Valle, como “coordenadora” do esquema. Depois, a mandou embora e designou Fabrício Queiroz para o centro da organização.

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