O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) repudiou a homenagem ao oficial nazista Eduard Ernest Thilo Otto Maximilian von Westernhagen, major do exército alemão durante a II Guerra, condecorado por Adolf Hitler.
“Atitude repudiável!! Desrespeita a história e a bandeira nacional ao homenagear um nazista que lutou contra os próprios militares brasileiros durante a 2ª Guerra. Exigimos a retratação imediata em nome dos 25.834 homens e mulheres da FEB que lutaram em defesa da democracia!”, escreveu o senador no Twitter.
A homenagem foi anunciada na página do Exército e pelas redes sociais.
Otto Westernhagen, depois de integrar o exército nazista, veio ao Brasil em 1966 para participar de um curso da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME).
No curso, Otto foi colega do capitão boliviano Gary Prado, que em 1967 participou do assassinato do combatente pela democracia e liberdade, Ernesto Che Guevara, na Bolívia.
O oficial nazista foi morto a tiros em 1º de julho de 1968, no Rio de Janeiro, por membros do Comando de Libertação Nacional (Colina). O nazista foi confundido com o capitão boliviano, devido à grande semelhança física entre ambos.
A homenagem ao oficial de Hitler provocou um grande desconforto no Exército. Hoje, no Twitter do Exército, uma nota procura explicar a homenagem como “desconhecimento do processo ocorrido naquele país amigo no pós-guerra, associando a vítima ao nazismo, é lamentável”.
Mas a própria página do Exército destaca que Westernhagen “foi comandante de um pelotão de blindados na frente oriental [isto é, na invasão da URSS] na 2ª Guerra Mundial, sendo promovido ao posto de 1º tenente, por bravura, em 1943”. Portanto, ele integrou o nazismo na frente onde foram cometidos os mais horrorosos crimes.
O texto diz, ainda, que “recordar esses fatos históricos é reafirmar o nosso compromisso com a liberdade e a democracia”.
Hitler foi o maior inimigo da liberdade e da democracia que já existiu. Por isso, enviamos a Frente Expedicionária Brasileira (FEB) para derrotar suas tropas na frente italiana.
A FEB lutou contra nove divisões alemãs e três italianas. Quatrocentos e cinquenta e quatro brasileiros deram a sua vida para derrotar os nazi-fascistas; houve, além disso, dois mil e sessenta e quatro brasileiros que foram feridos.
O texto da rede social lembra, de passagem, “que ajudamos a derrotar as forças nazistas durante a II Guerra Mundial”.
O senador precisa envelhecer para saber discernir o antes e depois, o anterior ou após é lamentável.
Na verdade, o senador sabe discernir o mal do bem. Não precisa “envelhecer” para isso, graças a Deus.
Agora, quer dizer que você acha justo homenagear um sujeito condecorado por Hitler, contra o qual lutamos – e, inclusive, brasileiros verteram sangue para derrotá-lo? Papagaio! Se esse é o critério moral e a consideração com a História do Brasil que esse governo tem, o que ainda falta? Condecorar o chefe de alguma “milícia”? Ah, é verdade, isso o Flávio Bolsonaro já fez…