A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu que o ex-presidente da República e atual senador Fernando Collor de Mello (Pros-AL) seja cassado e preso por 22 anos pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O documento foi entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) por ocasião das alegações finais da ação que investiga o envolvimento de Fernando Collor no esquema que saqueava a BR Distribuidora, subsidiária da Petrobrás.
Segundo a PGR, entre 2010 e 2014 Collor foi responsável, aliado do governo Dilma Rousseff, pelas nomeações na diretoria executiva da BR Distribuidora e, desta forma, encabeçou um esquema de corrupção milionário. Calcula-se que as diversas ações criminosas de Collor na BR Distribuidora lhes tenham rendido pelo menos R$ 50 milhões em propinas.
Em um contrato de troca de bandeiras em postos de combustíveis, Fernando Collor recebeu da empresa DVBR Derivados do Brasil R$ 9,5 milhões. Metade deste valor foi pago no exterior e disponibilizado no Brasil pelo doleiro Alberto Youseff e o restante foi retirado em postos da DVBR.
Em um contrato para a construção de uma base de distribuição de combustíveis firmado entre a BR Distribuidora e a UTC Engenharia, o ex-presidente da República recebeu R$ 20 milhões, divididos em 21 vezes e pago em espécie. Para a viabilização de um contrato nunca firmado entre a BR Distribuidora e a Jaraguá Equipamentos Industriais Ltda., Fernando Collor recebeu mais R$ 20 milhões.
Ao todo, Collor praticou corrupção passiva 30 vezes, pelos quais a PGR sugere 12 anos e 5 meses de prisão, e lavagem de dinheiro 369 vezes, pelos quais a PGR sugere 10 anos e 3 meses de reclusão. Além disso, Raquel Dodge acha justa a cassação de seu cargo como senador da República.
Apesar do esquema ser liderado por Fernando Collor e o PTB, Raquel Dodge frisou a presença do PT no esquema de corrupção. Na época, Collor era filiado ao PTB.