Estatal paranaense foi eleita a melhor banda larga do Brasil
O governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), anunciou que pretende entregar para alguma multinacional a melhor empresa de telecomunicações do país, a Copel Telecom, responsável pelo fornecimento de internet via fibra ótica para todo o estado.
De acordo com o governador mesmo que a empresa apresente ótimos resultados lucrativos e seja a mais bem avaliada no fornecimento de internet do Brasil, manter a estatal é “bobagem”.
“Não há justificativa para o estado ter duas companhias que atendem só ao setor privado. A Copel Telecom não tem como disputar com as maiores do mundo, que estão todo dia colocando dinheiro em uma velocidade muito maior. Não tem por que a gente manter esse ativo sendo que está faltando dinheiro para outras áreas. É uma bobagem”, disse Ratinho.
Segundo ele, a mesma lógica vale para a distribuidora de gás natural paranaense a Compagás.
A Copel Telecom foi a operadora de banda larga melhor avaliada no Brasil, em uma pesquisa da Anatel com 100 mil usuários de operadoras públicas e privadas, realizada em 2018. No ano passado, a empresa teve um faturamento de R$ 500 milhões.
Atualmente a estatal está em mais de 60 municípios do Paraná, oferecendo internet com alta qualidade, estabilidade e velocidade de conexão diferenciada. Sua rede de fibra óptica possui mais de mais de 30 mil km de cabeamento em todo estado.
A empresa subsidiária da Copel é responsável pelo acesso à internet e redes de comunicação de dados de diversos municípios e escolas estaduais, além de milhares de clientes privados. São 2.205 escolas estaduais conectadas com a internet da Copel Telecom. A empresa atende necessidades de telecomunicações da própria Copel, da Sanepar e do governo do Paraná, com 3.352 acessos de banda larga de alta velocidade dos órgãos do Executivo.
Chefe da Casa Civil de Ratinho Junior, Guto Silva, afirmou que a empresa deu lucro porque houve um investimento do governo anterior. “Se você tem uma empresa e começa a colocar recursos em cima, é claro que ela vai dar lucro. Mas atualmente nós precisamos analisar onde os recursos serão investidos”, diz ele.
O vice-presidente do Sindicato dos Engenheiros do Paraná, Leandro Grassmann, questionou, em artigo publicado no jornal Plural, os motivos alegados para venda da estatal. “A Copel investiu R$ 2,569 bilhões em 2018. Destes, somente R$ 309,4 milhões foram para a Copel Telecom (cerca de 12% do total). Ademais, as empresas do Grupo Copel tem apresentado lucros crescentes, números de fazer inveja em muitas empresas privadas”, pontua.
Pergunte ao seu Ratinho Jr, se ele não pretende entregar -ou vender – o Estado do Paraná, para multinacionais?